The Haunting of Bly Manor: Romance Gótico em Bom

THE HAUNTING OF BLY MANOR (L to R) VICTORIA PEDRETTI as DANI in THE HAUNTING OF BLY MANOR Cr. EIKE SCHROTER/NETFLIX © 2020

Estreou dia 9 de Outubro e já deu tanto que falar quanto a sua predecessora. The Haunting of Bly Manor sucede um dos maiores sucessos de terror da Netflix, The Hauting of Hill House, e à sua semelhança, conduz um elenco promissor por uma narrativa interessante, desta vez roubando ao número de sustos e apostando mais na vertente dramática.

(não contém spoilers)

Baseada livremente na obra “ The Turn of the Screw” de Henry James, The Haunting of Bly Manor é o segundo capítulo da antologia criada por Mike Flanagan. Ao longo de nove episódios acompanhamos a história da mansão Bly, que recebe uma nova ama a tempo inteiro (Dani, interpretada por Victoria Pedretti). Estamos em 1987, em Bly, Essex, e Dani Clayton é uma professora americana recém-chegada a Inglaterra, contratada por Henry Wingrave (Henry Thomas) para olhar pelos sobrinhos órfãos, Miles e Flora. A nova ama cedo percebe que algo de muito errado se passa com as crianças e com a casa.

Sob esta premissa, encontramos em The Haunting of Bly Manor o clássico conto da casa assombrada, povoado por possessões variadas, fantasmas, e toda a parafernália que um romance gótico exige. Temos caixas de música que tocam sozinhas num sótão, uma cave aterradora e um lago não menos assustador. Toda a atmosfera da casa aponta para valentes sustos, contudo, não é isso que encontramos em Bly Manor. Em vez disso, temos romances proibidos, empregados que escutam as conversas alheias, e duas crianças que, praticamente sozinhas fazem a série inteira.

THE HAUNTING OF BLY MANOR (L to R) VICTORIA PEDRETTI as DANI and BENJAMIN EVAN AINSWORTH as MILES in THE HAUNTING OF BLY MANOR Cr. EIKE SCHROTER/NETFLIX © 2020

Encontramos assim um puzzle narrativo, acompanhando o passado e o presente de cada uma das personagens até culminar num final em que tudo faz sentido. Lentamente, em cada episódio revelamos um novo segredo, um novo mistério, e ao passo que em Hill House a acção se centrava num acontecimento específico (a morte da mãe), em Bly Manor nada é assim tão linear. Poucos dos mistérios da mansão são explicados na íntegra, e para o espectador torna-se um processo de atenção aos detalhes que tentamos encaixar – o que pode ser confuso. Especialmente nos últimos episódios, em que alternamos entre o mundo real e memórias, além de diferentes espaços temporais, acabando por ser um exercício também de paciência para que se obtenham as respostas a todas as questões que parecem pairar no ar ao longo de toda a série.

Parando um momento também para falar do elenco, sendo que muitos dos actores já conhecíamos de The Haunting of Hill House, há que fazer especial referência a Victoria Pedretti. O seu papel como Dani Clayton parece talhado para a actriz, que tão rápido osclia de acolhedora ama a um destroço torturado – só o seu olhar de terror já nos faz sentir desconfortáveis. Menção também para Miles (Benjamin Evan Ainsworth) e Flora (Amelie Bea Smith), que fazem um dos pares mais aterradores de irmãos que já vi em televisão.

Portanto, é justamente por ser menos horripilante e mais romântica que a sucessora de The Haunting of Hill House é tão promissora. Além da atmosfera geral aterradora, estamos perante uma série concisa, sem pontas soltas e prendendo o espectador do princípio ao fim. Assim, é seguro dizer que The Haunting of Bly Manor é o regresso do romance gótico à televisão… mas em bom.

Conhece o nosso top de episódios aqui: The Haunting of Bly Manor: Top dos episódios

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