“Hobbs & Shaw”: O spin-off de baixa cilindrada

O primeiro spin-off da saga de Velocidade Furiosa (“Fast and Furious”), “Hobbs & Shaw” estreou nos cinemas e embora seja um filme que entretém bastante, não surpreendeu os fãs desta saga que terá brevemente o seu nono filme.

“Hobbs & Shaw” até faz jus à saga em que está inserido, mas nas doses erradas. Desde que foi divulgado pela Universal, este projecto fez correr “rios de tinta” e acusações entre os principais actores da saga.

O primeiro a mostrar o seu desagrado foi Vin Diesel, personagem principal da saga. Seguiram-se Michelle Rodriguez e depois Tyrese Gibson. Entre várias farpas via redes sociais (sobretudo em relação ao facto de Vin Diesel saber sobre o projecto através dos media), a Universal lá conseguiu com que todos chegassem a um consenso. Com isto, tanto Jason Statham como Dwayne Johnson estavam fora de Velocidade Furiosa 9 que ganha assim uma saga paralela no mesmo universo.

A Universal tinha que chegar a bom porto com as negociações visto que a saga Velocidade Furiosa é a 3ª mais lucrativa, estando apenas atrás de Star Wars e da MCU.

A premissa de “Hobbs & Shaw” é simples: uma organização quer espalhar um vírus a nível global para acabar com o excesso de população e dar origem a uma nova raça humana, sobredotada e sem falhas. Contudo, um dos membros da dita organização, Hattie (Vanessa Kirby), foge com o vírus e aí cabe aos nossos protagonistas proteger a desertora.

Fotografia: Divulgação

A organização dá a Brixton (Idris Elba), um agente com recurso a tecnologia capaz de fazer inveja a qualquer modelo de Exterminador Implacável, a tarefa de resgatar o dito Vírus.

O filme usa e abusa dos clichés que a saga já nos habituou, ou seja perseguições, testosterona, piadas, muitas cenas de luta e aquela ténue linha entre espectáculo e algo completamente random… e claro, sempre contra as leis da física!

A realização ficou a cargo de David Leitch (Deadpool 2, Atomic Blonde) que tentou dar ao filme um pouco de vários géneros, desde jogo de espiões, perseguições espectaculares e várias cenas de pura comédia em que é notória a química entre Statham e Johnson, havendo mesmo deixas que me atrevo a dizer que foram puro improviso!

Contudo, estas cenas cómicas têm tendência em gastar o seu efeito refrescante depressa e de repente tornam-se forçadas e tenebrosas e o filme parece não ter encontrado limite para isso.

Há que realçar que é notório que Leitch, ao invés de ir buscar inspiração aos seus filmes, tentou inspirar-se em grandes blockbusters dos anos 80 e 90, fazendo com que as cenas de acção tenham um tom revivalista, em que as personagens parecem mais super-heróis do que pessoas comuns. Exemplo disso é a batalha final que poderia ser facilmente uma cena de um Predator ou Commando.

Fotografia: Divulgação

Mas os protagonistas encaram bem esse papel, à excepção de Idris Elba, onde é notório que é um “peixe fora de água” e onde o próprio guião não favoreceu em nada a sua personagem. Ou seja, a sua participação dá mais popularidade ao filme mas infelizmente não passa disso.

O grande aspecto positivo do filme é que tem material para ser uma saga própria, podendo facilmente conviver à margem de Velocidade Furiosa. Tem uma excelente química entre actores, tem uma participação especial de um actor que está muito activo em Hollywood que dispara spoilers de GoT (sim, não vão ver o filme sem ver o final da série).

Em suma, o filme tem alguns problemas que nem todos os fãs são capazes de gostar como romances que não levam a lado nenhum e como o tamanho excessivo do filme pois, visto que este é bem mais pausado, especialmente no final do filme, o que o torna enfadonho para quem está habituado à saga de Velocidade Furiosa, onde geralmente são quase duas horas e meia alucinantes e sem paragens.

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