Estávamos em 2013 e James Wan, lendário realizador de terror que já tinha dado início a sagas como Saw e Insidious, lançou um filme que viria a originar mais uma franquia aclamada pelos fãs do género: The Conjuring.
Doze anos e oito filmes depois, parece que chegámos ao fim da linha. Entre altos e baixos, novos capítulos geravam sempre algum interesse, embora esse entusiasmo se tenha vindo a esgotar após vários insucessos aos olhos do público e da crítica. Ao saber que um marco na história recente do cinema de terror se iria encerrar, o meu interesse ressuscitou. Queria que fosse um desfecho digno, revi os outros filmes e parti com entusiasmo para este último.
Arrancando o penso rápido: acho que foi, sim, um fim meritório. Não é um filme perfeito e, por várias vezes, senti que lhe faltava algo, mas na maior parte do tempo cumpre o seu papel e entrega um fecho satisfatório. The Conjuring 4: Last Rites (The Conjuring 4: Extrema-Unção) é realizado por Michael Chaves, o mesmo realizador da última entrada da saga, e nota-se a léguas. Pessoalmente, sou um grande fã de James Wan e acho que ele tem uma identidade única e é mestre no que toca a controlar tensões em filmes de terror. É isso que eu considero faltar a Michael Chaves e reside aí um dos meus problemas com este filme. Apesar de ter os seus momentos, e eu admito ser uma pessoa que se assusta facilmente (ainda por cima vi em IMAX) e que cai em todos os tropes, o filme raramente constrói uma tensão digna de me cortar a respiração e, quando a cria, solta-a de forma pouco eficaz.

No entanto, há aspetos que o filme continua a fazer bem. Aliás, aquilo que sempre fez: a relação de amor entre os Warren. A dinâmica familiar ocupa o espaço central da narrativa e o investimento emocional que construído ao longo de doze anos é colocado à prova. Apesar de ser uma saga de terror, a forma como as forças demoníacas testam o amor que os Warren nutrem um pelo outro e pelos que os rodeiam, sempre foi, aos meus olhos, a razão por trás do sucesso desta saga. Algo que não é esquecido aqui e o drama familiar está mais presente do que nunca.
Pessoalmente, gostava de ter sentido uma tensão mais bem construída ao longo do filme, apesar de alguns momentos terem sido bastante eficazes, mas que não perduram. No entanto, acho que se encerra bem uma saga que já ia longa e nem sempre foi consistente. Fico feliz que o tenha feito de forma respeitável. O amor foi testado uma vez mais contra forças demoníacas, se venceu ou não… terão de descobrir.
