Os fãs da Broadway e d’O Feiticeiro de Oz estão a viver a sua melhor vida neste momento, com Wicked a chegar aos grandes ecrãs! Tem sido bastante aclamado internacionalmente, nos países em que já estreou, mas será que o filme é realmente assim tão bom?
A verdade é que sim, o filme é mesmo muito bom, mesmo comigo a ir com as expetativas altíssimas, chegando mesmo a estar ansiosa para o ver. Há vários pontos que tenho de falar ao longo desta crítica, mas quero dar o disclaimer de que a primeira vez que ouvi as músicas do Wicked foi no Glee (sim, eu sou dessa geração) e portanto já era apaixonada pelas músicas antes de conhecer mesmo a peça. Infelizmente nunca consegui ver a peça por inteiro, mas um dia concretizarei esse sonho!
Contei-vos isto porque é bom que estejam preparados para pessoas como eu que vão tentar cantar super baixinho ou até mesmo tentar ficar caladas mas vai ser mais forte do que nós!
Agora fora de brincadeiras, quero começar por destacar o excelente trabalho visual do filme, especialmente de cenografia. Para quem não sabe, eles construíram os vários cenários que vemos no filme, precisamente para passar essa onda de realismo para o filme, e claro que o facto de aproveitarmos para apreciar cada detalhe dos mesmos, com os efeitos visuais, fez com que a primeira parte do filme tivesse quase tanto tempo como o musical inteiro. Precisamente porque em palco não dá para nos tirarem o ar dos pulmões como o fizeram (em IMAX então, lindíssimo!).
Com os cenários, há que dar os parabéns a todos os figurinos e a todos os dançarinos que, com as coreografias interpretadas, trouxeram dinamismo ao filme, alegria e principalmente energia. Fez com que as músicas ganhassem outra dimensão sem nunca ser demasiado fantasioso! Jon M. Chu a provar que sabia muito bem o que queria fazer com este filme e o que era esperado pelos fãs!
A banda sonora é chef’s kiss, claro, mas sabemos que nem todas as músicas são perfeitas. Mas se há música que nos impacta é a última – Defying Gravity – que já me tinha posto a chorar antes e que me pôs a chorar no filme. Tirando isso, mesmo com as músicas, era importante termos aqui uma camada super importante: a interpretação das mesmas.
E nisso, tenho de aplaudir a Cynthia Erivo e a Ariana Grande. Não só foram perfeitas nos papéis, como arriscaram cantar live (ou seja, foi tudo gravado em set e não num estúdio) para que as músicas pudessem ganhar ainda mais emoção e profundidade. Para que nós sentíssemos o que as personagens delas estão a sentir.
A Ariana desde sempre que quis interpretar a Glinda e inclusive teve de fazer a audição três vezes, mas nota-se o empenho que dedicou a esta personagem, e arrisco-me a dizer que desapareceu mesmo nela. E a Cynthia Erivo prova mais uma vez que para além de um vozeirão, é a escolha perfeita para ser a Elphaba, a Bruxa Má do Oeste numa história em que percebemos que foi mal interpretada. É maravilhoso ver as emoções que ela nos vai passando, e vamos até mesmo sofrendo com ela.
E claro, todos os atores que também fazem o filme e que terão um papel super importante numa parte 2: Jonathan Bailey como Fiyero, que andava a gravar Fellow Travelers, Wicked e Bridgerton ao mesmo tempo provando assim também que é um ator empenhado e que cumpre com o que lhe é pedido; Jeff Goldblum, um veterano que nos entrega aqui um Feiticeiro de Oz bastante interessante; Michelle Yeoh como Madame Morrible, a mentora de Elphaba e ainda Ethan Slater como Boq (e atual namorado da Ariana) e Marissa Bode como Nessarose, a irmã de Elphaba. Embora o destaque não tenha sido deles aqui, mas sim na construção da amizade da Glinda e da Elphaba, escrevam o que vos digo, vão ser mais relevantes numa parte 2.
Resumindo, acho que já deu para perceber que esta primeira parte do Wicked trouxe-nos tudo aquilo que andamos a pedir: uma boa adaptação de musical, boas representações, boa história, bons efeitos práticos e visuais e, claro, bom entretenimento. Wicked foi tudo o que eu queria, tudo o que eu esperava e muito mais. Foi simplesmente mágico e estou ansiosa pelo dia da estreia, para que o possa rever!