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One Battle After Another – Crítica Filme

Batalha atrás de Batalha

by Pedro Serralheiro
© 2025 Warner Bros. Ent. All Rights Reserved

Com There Will Be Blood, Boogie Nights, Punch Drunk Love, Magnolia e muitos, muitos outros, Paul Thomas Anderson colecionou um conjunto de obras no seu arsenal que o permitem ser um nome de imediato chamamento para os cinéfilos. Além disso, trabalhou também com nomes icónicos da indústria, alguns considerados dos melhores de sempre, como Daniel Day-Lewis ou Philip Seymour Hoffman, entre muitos outros.

Considerando isto, um filme de Paul Thomas Anderson é um evento. Se juntarmos a esse evento estrelas como Leonardo DiCaprio, Sean Penn e Benicio Del Toro, a excitação sobe a níveis estratosféricos. Era assim que eu estava quando entrei na sala de cinema. Estava à espera de ver algo que me fosse mudar a vida, ou perto disso, pelo menos. 

Spoiler Alert: tive exatamente aquilo que queria e até mais.

© 2025 Warner Bros. Ent. All Rights Reserved

É difícil falar sobre o filme em concreto, o que acontece e como acontece, há uma sensação de caos controlado que contribui para um acumular de emoções engarrafadas que desde o início explosivo do filme nunca são libertas até ao momento certo. Esse momento pode ser diferente para qualquer um e, apesar de o filme ter uma catarse extremamente bem executada, para mim, o momento de libertação das emoções só aconteceu à saída do filme.

Durante mais de metade do filme, dei por mim com um peso gigante no peito, uma ansiedade inexplicável, que quando os créditos começaram a rolar ainda se encontrava presente. Apenas ao sair da sala, passado uns minutos, fui inundado por emoções, arrepios incontroláveis e os olhos a lacrimejar.

Umas horas depois, enquanto comia, comecei a chorar inesperadamente enquanto pensava no filme. Não consigo dizer que tenha sido por causa de um tema específico que me diz muito, ou uma manipulação emocional que o filme faz. Mas o simples poder do que tinha acabado de ver arrebatou-me e, sinceramente, alguns dias depois, enquanto estou a escrever este texto, acho que ainda não recuperei.

Não é todos os dias, ou mesmo todos os anos, que filmes nos atacam desta forma. Podemos ser tocados pelos temas expressos nos filmes, mas nem sempre um filme é tão agressivo na sua magnitude para que penetre nas nossas defesas da forma como este filme penetrou na minha muralha. 

© 2025 Warner Bros. Ent. All Rights Reserved

As imagens invocaram em mim algo que eu ao dia de hoje não consigo justificar, acompanhadas por um som e banda sonora que faz com que sintamos (especialmente em IMAX) cada batida. A isso acompanham interpretações magníficas de todos os intervenientes, Leonardo DiCaprio, Benicio, Teyana Taylor, ou mesmo da estreante, Chase Infiniti, entre todos os outros que possam ter menos tempo de ecrã.

Sem querer cair em frases hiperbólicas, acredito mesmo que One Battle After Another seja um filme que vai definir o cinema norte americano da década 20 do século XXI. É uma orquestra afinada, em perfeita harmonia, da abertura explosiva ao final catártico. Quem vir o trailer e pensar tratar-se apenas de um filme de ação, vai surpreender-se: Anderson usa a ação e violência como meio para atingir um fim muito mais profundo, refletindo a sociedade atual e os nossos medos mais internos e é difícil acreditar que é algo que já começou a ser escrito há vinte anos.

Quando todos os instrumentos funcionam ao milímetro, não há margem de erro, mas isso é algo que não assiste a estas quase três horas alucinantes. Estou convicto que no futuro olharemos para este filme como um dos grandes e se Paul Thomas Anderson ainda não estava na conversa para um dos melhores de sempre, acho que One Battle After Another certamente o afirmará como tal. Nem todas as batalhas se combatem com armas e este filme mostra isso.

10/10

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