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Moonfall: Salve-se Quem Puder

Crítica Filme

by João Borrega

Roland Emmerich não é nenhum estranho em desastres naturais. Até se pode dizer que ele é O nome que vem “à baila” cada vez que se fala sobre filmes deste género. E Moonfall é o seu novo filme.

Com mais ou menos sucesso em cada instância, Emmerich já fez um ataque à Casa Branca, atacou o planeta Terra com Aliens (duas vezes), já atacou a sociedade com um Godzilla, congelou o planeta e definiu um ano específico para a sua destruição – de acordo com o calendário Maia.

E agora, é a vez da Lua…

“Moonfall” apresenta-nos um cenário em que, devido a uma entidade não identificada, a Lua saiu da sua órbita e irá colidir com a Terra num espaço de 3 semanas. Cabe ao ex-astronauta Brian Harper (Patrick Wilson), à nova directora da NASA (Halle Berry) e um especialista em teorias de conspiração espaciais (John Bradley) irem contra tudo e todos para salvar o planeta.

Se lerem com atenção – mas mesmo com muita atenção – o argumento do filme, depressa irão perceber que este filme provavelmente não será o mais cientificamente correcto nem o que mais se prenderá às regras da lógica real. Não venham ver “Moonfall” à espera que seja um documentário ou um TedTalk vindo do Neil deGrasse Tyson.

Porém, apesar de ter ido ver “Moonfall” com o mero intuito de ver destruição e de me divertir com a sua ideia rebuscada, confesso que saí da sala completamente desiludido com o mesmo.

Filmes com ideias extra-ordinárias que ocorrem no nosso Mundo não podem pegar em todas as regras de física e de lógica e atirá-las para o lixo como se não importassem, apresentando-nos apenas cenários completamente irrisórios. Retira qualquer tensão da acção, porque o espectador percebe que tudo é possível, logo não existe realmente perigo porque as personagens podem-se safar da morte sempre.“Moonfall” está recheado de momentos irrisórios, que ultrapassam o lógico, numa passerelle de ridicularização estratosférica. As personagens arranjam sempre forma de se safar das situações mais perigosas através de soluções que não fazem o mínimo sentido.

A acompanhar isto, o espetáculo de destruição (aquilo que fará muito boa gente querer ver o filme) apenas roça a mediocridade. Os efeitos visuais são inconstantes, onde largas extensões do filme necessitavam de mais uns tempos no laboratório a refinar os detalhes e a dar textura ao ambiente. Mesmo em planos em que a destruição nos poderia avassalar, nunca chegamos a retirar a sensação de que estamos a ver imagens computorizadas, tirando-nos constantemente do filme.

Relativamente às personagens que povoam a película– a verdade é que o trio principal tenta ao máximo salvar este desastre de filme. Wilson e Bradley chegam a ter uma boa química um com o outro, e a Berry é sempre um deleite de se ver no grande ecrã. Mas as personagens são tão ocas e os diálogos tão clichê que estamos constantemente a abanar a cabeça com embaraço do que está a ser dito.

“Moonfall” anda numa corda bamba nos dois primeiros actos – ao mesmo tempo consegue ser rápido na sequência de acontecimentos e nas decisões das personagens, mas altamente aborrecido, dividindo-se em demasiados subplots pouco interessantes.

E, depois de tudo, chegamos ao twist do terceiro acto, twist este que é ao mesmo tempo incrível e perturbante, que recontextualiza tudo o que vimos anteriormente e coloca uma nova perspectiva e uma nova ideia completamente diferente do filme em questão, que gerará diversas e díspares opiniões sobre o filme.

No fim de tudo, “Moonfall” podia ser algo tão simples, mas que não conseguiu cumprir a sua promessa. Não chega a oferecer coerência narrativa nem um mundo de destruição ímpar, deixando-nos num intermédio completamente esquecível (salvo o desfecho final), que nem as suas estrelas no elenco conseguem salvar.

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