Home EstreiasEstreias StreamingAmazon PrimeGen V – Análise Temporada 2

Gen V conquistou os fãs de The Boys em 2023 graças ao seu enorme potencial narrativo e à forma como expandiu o universo de super-heróis inconvencionais criado em 2019. Com boas críticas desde a estreia, regressa agora à Amazon para a segunda temporada.

Crítica sem spoilers

Primeiras impressões: Um spin-off que já é muito mais que isso

Quando comecei a ver esta série, fiquei muito reticente com o que podia vir daí. Adorava The Boys e pensei que ia ser só mais uma série spin-off como tantas outras. Mas Gen V provou-me o contrário. Provou que embora viva no mesmo universo, consegue distanciar-se completamente da sua antecessora, com uma narrativa forte para se aguentar sozinha mas claro, sempre com a ligação aos personagens que já tanto gostamos.

Menos de seis meses após a estreia da 1ª temporada, recebemos a notícia da morte trágica de Chance Perdomo, num acidente de mota. Em vez de optarem pelo recast (que podia ter sido o caminho mais fácil), os criadores decidiram honrar a memória e trabalho do ator, ajustando a narrativa. O resultado foi uma homenagem emotiva que respeita o legado da sua personagem, sem comprometer a história.

Como referi acima, não vou falar com spoilers porque há mesmo muita coisa a acontecer aqui. A segunda temporada começa logo após os acontecimentos finais da primeira, retomando a ação com personagens já familiares como Jordan, Marie, Cate, Emma e Sam. Ao longo dos episódios são introduzidas novas figuras que tornam o ambiente da Universidade de Godolkin ainda mais interessante, incluindo um novo vilão que acrescenta mistério, tensão e caos, como já é habitual neste universo.

Agora que nos aproximamos do final de The Boys, acredito que também chegaremos ao fim de Gen V logo de seguida. Por isso, o desenvolvimento das personagens nesta temporada foi super importante para o grande culminar de tudo.

Jaz Sinclair (Marie Moreau)

Desenvolvimento das personagens

Marie Moreau é a personagem mais desafiada nesta temporada, não fosse pelo desenvolvimento dos seus próprios poderes, que tinham tido importância antes, mas não ao nível que têm aqui. Consegui gostar muito mais de Jaz Sinclair nestes oito episódios, precisamente por termos conhecido melhor a personagem.

Sinto que Jordan acaba por ser sempre uma personagem secundária, mesmo que tentem torná-lo protagonista. Acabamos por nunca saber muito sobre ele, como talvez gostaríamos, e muitas vezes ele funciona apenas como a força bruta que salva Marie de várias situações. Cate também teve pouco foco nesta temporada, juntamente com Sam, mas talvez tenha sido melhor assim, pois já não estava com muita paciência.

Quanto a Emma, acabou por ter um bom desenvolvimento, sobretudo no seu lado mais emocional e na relação com os seus poderes. Paralelamente, Polarity ganhou destaque e foi interessante acompanhar o seu percurso mais de perto.

Quanto ao novo reitor da Universidade de Godolkin, acho que escolheram muito bem Hamish Linklater para este papel. Ele é vibrante e mantém-nos sempre tensos, porque nunca sabemos o que esperar dele.

Jaz Sinclair (Marie Moreau), Hamish Linklater (Dean Cipher)

A narrativa e o lado mais gore

Não é novidade para ninguém que os mundos de The Boys e Gen V estão cada vez mais interligados, e prevejo que teremos uma season finale bastante sólida. Ainda assim, se depois de The Boys Gen V quiser continuar a sua própria história, acredito que consegue, especialmente se se focar mais na Universidade.

Algo que admiro em ambas as séries é que não têm medo de chocar. Sabem que não são para todos os públicos devido à sua componente extrema de gore, mas, ainda bem que assim é. Há quem critique o excesso de gore, mas eu penso que é justamente a combinação de sátira, ação e gore que torna estas séries tão diferenciadoras e ousadas nos dias de hoje.

Por isso, em termos de história, gostei bastante. No início, não percebia bem para onde queriam ir, mas, a partir do momento em que o rumo ficou claro, a temporada foi ganhando intensidade. O que mais me chamou a atenção foi que mesmo aqueles com superpoderes pouco convencionais conseguiram brilhar nesta temporada, num esforço coletivo que mostra que “não são apenas os mais poderosos que podem salvar o dia”. Nota-se uma união muito maior entre as personagens, principais e secundárias, e o facto de a temporada ter conseguido agarrar uma história central e desenvolvê-la de fio a pavio, com bons plot twists, foi o que mais me interessou.

Só achei que um dos momentos finais soube a pouco, por ter sido apressado em relação ao tempo que demorámos a construir a narrativa numa temporada inteira. Ainda assim, foi feito na medida certa. Talvez seja apenas a minha vontade de continuar a ver episódios, mas oito episódios acabaram por ser o equilíbrio perfeito.

No geral, acho que Gen V vale muito a pena, seja para fãs de The Boys ou para quem ainda não conhece o universo.

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