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KPop Demon Hunters – Crítica Filme

by Pedro Serralheiro

Numa realidade em que os serviços de streaming se sobrepõem a idas ao cinema, em que as empresas condicionam as suas audiências para esperarem que um filme saia online se não tiverem a certeza da sua qualidade, é importante que se destaquem filmes com uma veia original e criativa, que lute pelos limites do meio e procure sempre ter uma voz individual que sobressaia.

“K-Pop Demon Hunters” foi lançado pela Netflix com muito pouco alarido, aviso ou marketing, e mesmo assim, este musical animado e específico sobre um género musical nicho da Sony Animations encontrou o seu público e está a fazer vibrar até os mais céticos, como era o meu caso.

K-Pop Demon Hunters é um filme de animação que começa por nos apresentar um trio de K-pop que, além de encher estádios, livra o mundo de demónios que buscam por almas no mundo dos vivos. A premissa pode não vos cativar à primeira, mas para quem gosta de boas animações, cenas de ação, coreografias e vozes de fazer arrepiar, desde o início do filme que se vão sentir presos ao ecrã, mesmo que nunca tenham ouvido K-pop.

O filme fala de feridas invisíveis que são importantes de analisar e olhar mais a fundo; atualmente, filmes que exploram esses assuntos não são novidade, e ainda bem, mas termos personagens que representam essa dura realidade é sempre bem-vindo à nossa vida.

E mesmo o desenvolvimento da história não ter surpresas que façam o argumento parecer algo digno de Óscar, no fim de contas, o que importa, para mim, é o quanto eu fiquei ligado emocionalmente às personagens. E, para mim, o filme não falhou nesse aspeto. A Rumi, a Mira e a Zoey (o nosso trio principal) ligaram-se a mim sem que eu me apercebesse e, no fim, já eu estava disposto a pôr a minha vida em risco por elas!

Mas o que justifica verdadeiramente este êxito? Na minha opinião, são as músicas. Desde a primeira nota que se entranharam em mim e fui apanhado na armadilha das suas doces melodias. A minha bolha de internet está repleta de edições ao som das músicas, pessoas a dançá-las ou a fazerem cosplay das personagens. Aditivas ao máximo, fui completamente vítima das milhentas trends de Tiktok, o meu algoritmo sabe que eu gosto das músicas e recusa-se a parar. E isto não sou eu a queixar-me. Já revi cenas dos filmes várias vezes e acho que nos próximos tempos terei de o rever por inteiro.

No fim do ano, o Spotify Wrapped mostrará os estragos destes próximos tempos e o K-pop vai invadir os meus tops.

A Netflix, sem se aperceber, parece-me, encontrou uma nova galinha de ovos de ouro nesta geração colada às trends de redes sociais, tudo graças à criatividade e voz ímpar da animação da Sony Animations. Que faça o mesmo no “Beyond the Spiderverse” e tornar-me-á uma pessoa ainda mais feliz.

8/10

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