Não tinha grandes expectativas para “Smile 2”. Parecia um conceito que tinha um filme e nada mais, mas pegou num filme de terror acima da média, o original, e disse «vamos melhorá-lo em todos os sentidos». É popcorn horror no seu melhor.
Smile 2 tem por base o mesmo conceito do primeiro filme, mas evolui para algo mais do que apenas um filme de terror. Desta vez, a narrativa acaba mais concentrada nos personagens e nas suas histórias, desenvolve mais profundamente do que o que normalmente acontece num filme do género.
O realizador e argumentista Parker Finn, na sua segunda longa-metragem, mostra um rápido crescimento. Com a ajuda da actriz em ascensão Naomi Scott, que vemos no filme como Sky Riley – uma estrela pop de sucesso cujo personagem é inspirado por Amy Winehouse e Whitney Houston, Finn consegue incorporar a crítica social num filme de terror, examinando o papel do público na queda de uma estrela.
Smile 2 é uma espécie rara de filme: uma sequela que é indiscutivelmente melhor do que seu antecessor. Como no primeiro, o tema do trauma está habilmente entrelaçado na narrativa, ao lado da qual os temas de controlo, psicose, luto e vício são os pivots sobre os quais o horror gira. Riley deve lutar tanto contra os seus demónios internos quanto contra a ‘criatura sorridente’, nunca tendo a certeza do que é realidade ou fantasia. Isto contribui para um passeio engraçado e imprevisível, já que Finn, fazendo excelente uso de sustos visuais e de áudio, leva alguém ao coração sorridente do terror.
A ameaça está no canto de cada frame, esperando para nos dar choques agudos de susto. Desde a abertura brilhantemente frenética até ao final, o filme dispara em todos os sentidos, nunca desistindo. A caracterização de Finn é astuta e a narrativa surpreendentemente engraçada; é um horror com comédia negra em seu núcleo: ‘Smile 2’ tem um pouco mais a oferecer aos espectadores do que o seu antecessor.