O Cinema Português aventura-se por territórios históricos, trazendo ao público uma representação fictícia daquilo que poderá ter sido o guerreiro Viriato. Estreia agora nos cinemas.
Muitos já ouviram falar sobre a lenda que era o guerreiro Viriato. Um líder nato que, em meados de 138 A.C, terá organizado uma rebelião contra o Império Romano em plenas terras lusitanas.
Pois bem, o realizador Luís Albuquerque decidiu contar essa história nesta sua nova película simplesmente intitulada de “Viriato”.
O ponto mais forte desta película é mesmo o actor Alexandre Oliveira no papel do líder Viriato. O actor dá o máximo de si de acordo com o material que tem e apresenta uma interpretação acima da média do restante elenco.
Porém, esse nível não foi difícil de atingir, sendo que todo o restante elenco mantém-se num registo exacerbadamente dramático, roçando o cómico. Também não ajuda que todo o diálogo seja de um género shakesperiano oco, com uma eloquência vazia sem propósito.
E o que dizer sobre a própria apresentação visual do filme? “Viriato” tem uma camada gigante de amadorismo a pincelar toda a tela, desde a fotografia, edição e performances do elenco. Ao ver-se, poder-se-ia partir do pressuposto que o filme é composto somente por primeiros takes, sem deixar espaço para melhorias.
Até a própria banda sonora não se enquadra, com instrumental renascentista/barroco, a explodir pelas colunas demasiado acima dos níveis desejados. Tudo peca por um amadorismo avassalador e um dramatismo imperdoável, que rega a audiência com vergonha alheia.
Salvo a interpretação de Alexandre Oliveira, pouco há para elogiar neste “Viriato”. Existe potencial e espaço para melhorar, sendo que este não é, claramente, o caminho a seguir para os padrões do cinema português.
2 comments
Históricamente…é doloroso. Logo na primeira cena quando vejo um arco e flecha vi logo que isto prometia desgraça. Não ficou por aí, desde ao armamento e vestes romanas, a aldeia lusitana que mais parecia um acampamento de campistas muito lavadinho. Curioso, na primeira emboscada o exército romano era precedente às reformas de Gaius Marius, e na segunda (na batalha final) já era pós reformas de Gaius Marius, mas ambas horrivelmente caracterizadas. Em suma, Históricamente é horroroso. Outro ponto importante, é a demonização romana de uma forma hedionda, tal como o bom pastor e justo e sempre assertivo viriato é bondoso. Ah e o senado romano? Nem comento ahah. Será pedor muito um filme históricamente correcto? Lado positivo, é um romance bonito, ficaria lindamente como peça de teatro, sincero. Fotografia é medíocre.
Obrigado pelo teu comentário e por partilhares a tua opinião sobre este filme, Gil! Realmente é pena mas a nossa pontuação e crítica dizem tudo. 🙁