Vikings Valhalla: Um spin-off bem conseguido

Vikings: Valhalla. (L to R) Frida Gustavsson as Freydis, Sam Corlett as Leif in episode 101 of Vikings: Valhalla. Cr. Bernard Walsh/Netflix © 2021

Vikings: Valhalla surge como o spin-off da famosa série do canal History que terminou há pouco tempo, após 6 temporadas. O peso da responsabilidade recai sobre esta série da Netflix mas será que conseguiu estar à altura do desafio, remando contra a maré do seu antecessor?

Muito já se ouviu falar dos feitos de Ragnar Lothbrok, Lagertha, Bjorn Ironside e até mesmo de Ivar The Boneless ao longo de seis temporadas de Vikings. Mas o que esta nova série de oito episódios da Netflix tenta fazer é reconhecer esses feitos como parte da cultura viking mas apresentar-nos novas narrativas que ainda há por explorar na mesma.

Como tal, avançamos 100 anos no tempo, até ao início do século 11, onde somos apresentados a Leif Erikson, cujo nome pode soar a algo que já ouviram, tendo em conta que ele foi um explorador nórdico que se pensa que tenha sido o primeiro europeu a “pisar” a América do Norte continental. Também conhecemos a sua irmã Freydis Eiríksdóttir e ainda ao príncipe Harald Sigurdsson (bisneto de uma personagem que conhecemos bem, Harald Finehair) e também ao próprio Rei Canute (que em 1016 se tornou Rei da Inglaterra).

Vikings: Valhalla. (L to R) Bradley Freegard as Canute, Leo Suter as Harald in episode 102 of Vikings: Valhalla. Cr. Bernard Walsh/Netflix © 2021

Para os fãs da série original, há locais e diálogos que vão puxar pela nostalgia, nem que seja porque já os vimos antes ou porque reconhecemos o que é dito de algum lado e este é sem dúvida um dos pontos positivos de Vikings: Valhalla, porque embora não se foque totalmente em Vikings, também não esquece das “origens”. E que bom é regressarmos a Kattegat!

Outra das coisas que este spin-off conseguiu fazer foi não perder muito tempo a dar-nos ação. São oito episódios em que sabemos qual é a missão dos Vikings e o que é que os leva a se juntarem novamente e a partir do primeiro episódio, vemos logo as coisas a acontecerem. Claro que não haveria lutas de vikings sem um pouco de gore, mas não é nada a que já não estejamos habituados nestas séries. O essencial é que nos dá um contexto inicial das novas personagens apresentadas, mas também as continua a explorar no decorrer dos episódios, no decorrer dos acontecimentos nos quais os personagens estão envolvidos.

Leif Erikson é uma personagem super interessante que vai ganhando terreno entre os outros vikings devido aos seus feitos estratégicos e embora no trailer parecesse que íamos ter muito mais foco nesta personagem, foi-lhe dado o essencial para que queiramos saber mais do mesmo no futuro. O que aconteceu foi que ao longo dos episódios, vimos uma narrativa individual a surgir focada na sua irmã Freydis, cuja história se vai adensando para que possamos saber melhor quem é esta personagem e qual o destino dela, depois de ter cumprido com a sua vingança pelo que lhe fizeram.

Vikings: Valhalla. (L to R) Frida Gustavsson as Freydis, Sam Corlett as Leif in episode 101 of Vikings: Valhalla. Cr. Bernard Walsh/Netflix © 2021

As personagens que mais me cativaram para além das duas já referidas acima, foram sem dúvida o príncipe Harald pela sua bravura e interação tanto com Leif como com Freydis e ainda o Rei Canute, porque acho que acaba por mexer com a dinâmica de toda a gente à maneira dele, fazendo com que tenhamos algumas cenas bem emocionantes no ecrã à conta dele. A rainha Emma també,m se tornou uma personagem bastante curiosa, não só pelo seu passado, como por todo o mistério que se gera à volta dela.

Mais uma vez, como já o seu antecessor fazia, as lutas de vikings foram muito bem coreografadas e deram-nos vontade de ver mais a ação desenrolar-se. A única coisa a apontar é mesmo os efeitos especiais de quando eles estão a navegar que não me convenceram a 100% mas como isso não acontece muito, também não me chocou completamente.

Acho que mesmo com um passado tão forte a nível narrativo (Michael Hirst é um dos produtores desta série), Vikings: Valhalla consegue encontrar o seu caminho para que não esteja sempre na sombra de Vikings e tenho a certeza de que a sua chegada à Netflix vai trazer novos fãs para a cultura nórdica e para as aventuras dos mesmos. Para os mais curiosos, sem dúvida que vai fazer com que pesquisem um bocadinho sobre quem é quem e o porquê da escolha destas personagens!

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