A primeira temporada de Upload estreou em 2020 pelas mãos de Greg Daniels (The Office, Parks and Recreation) que nos entregou uma série inovadora e com um bom mistério à mistura. Agora com a estreia da segunda temporada e a renovação para a terceira, as expetativas estavam altas! Será que superou?
É com grande alegria que digo que Upload manteve a sua qualidade ao longo desta segunda temporada. Se na primeira fomos apresentados a esta tecnologia super avançada para os nossos tempos que dá nome à série, agora entramos mais a fundo no mistério que há em volta da personagem principal, o Nathan. Já para não falar que continuamos a ter bem presentes, como o próprio Greg Daniels diz, algumas “mensagens sobre desigualdade, capitalismo, o poder das grandes empresas de tecnologia e o descurar do mundo natural a favor do digital.”
Para quem não conhece Upload, há que fazer um breve contexto antes de falar da segunda temporada (sem spoilers, claro).
Nathan Brown morre mas é capaz de escolher a sua vida pós-morte prematura ao ter a sua consciência carregada para um mundo virtual chamado Upload, onde pode viver normalmente com outras pessoas que já morreram e até mesmo receber visitas dos seus familiares. Mas à medida que se vai habituando a esta nova realidade e cria uma ligação especial com o seu anjo Nora (uma pessoa na vida real que o ajuda com os seus pedidos), vão ser levantadas questões sobre a sua morte que poderá não ter sido acidental como se pensava.
Não vou falar de aspetos específicos da segunda temporada porque isso vai estragar a vossa experiência, mas posso dizer que retomamos no plot twist final em que temos Nathan a não conseguir dizer a Nora o que sente porque descobre que a sua namorada na vida real, Ingrid, desistiu de tudo por ele e fez Upload para Lakeview, algo que o chocou e o bloqueou dentro do mundo virtual. Já Nora, acaba por se juntar a um movimento anti-tecnologia por isso, é justo dizer que a vida de Nora e de Nathan tornam-se totalmente o oposto do que eles queriam e pensavam que ia ser.
Nathan Brown continua super investido em perceber as causas da morte dele e quem é culpado, mas vê-se no dilema de tentar saber onde está Nora mas não podendo fazer grande coisa sem ser recorrer à sua ferramenta que lhe permite mudar o código do Upload. Já Nora não se consegue manter muito longe da tecnologia mas foi bom ver um outro lado dela, sem tecnologia, para percebermos também onde está o coração dela.
Nesta temporada tivemos também muito mais destaque na Ingrid, que tem de aprender a lidar com esta nova realidade de tentar conquistar o Nate ao mesmo tempo que percebe que as coisas não funcionam sempre à maneira dela e que muitas vezes, correm mal.
Os efeitos visuais de Upload continuam incríveis e super realistas e, por isso mesmo, nem me importo de esperar 2 anos para que a série seja desenvolvida porque realmente faz-nos sentir que esta tecnologia está mesmo ao virar da esquina e que pode ser bem possível daqui a poucos anos. Aliás, de certa forma já vemos algumas coisas a acontecer como o Metaverse, o que ainda torna este cenário todo ainda mais possível.
As personagens para além de cómicas, continuam com uma história muito cativante, nem que seja pelas aventuras que vão vivendo, pelos obstáculos que vão passando e como é que se vão relacionando umas com as outras.
Upload é mesmo daquelas séries que recomendo toda a gente a ver. O seu tom mais satírico misturado com comédia e mistério faz com que seja a fórmula perfeita para um binge watching do qual vão ter zero arrependimentos. E tenho a dizer que mal acabei de ver o último episódio, fiquei triste porque só queria ver mais!