A Marvel tem tido uns anos difíceis e os fãs deste universo cinematográfico já não sabem bem com o que hão de contar quando um novo filme sai. Thunderbolts* marca o final da Fase 5 mas será que é um encerrar bom para um ciclo tão conturbado?
Na minha opinião, é um sim. É certo que esta fase tem trazido muitos altos e baixos e que as expetativas já não as mesmas mas seria irrealista da minha parte pensar que vamos voltar a ter o sentimento que tivemos em Avengers: Infinity War e Avengers: Endgame.
Mas Thunderbolts* conseguiu superar qualquer expetativa que eu tinha. Não posso dizer que é um filme que. na altura dos que mencionei anteriormente, seria um filme considerado bom dentro do tipo de filmes que estávamos a ter. Mas para a altura em que estamos, é um filme sólido e importante. E não digo que é importante para o futuro da Marvel porque isso já se previa que seria, mas assim pela mensagem que transmite. E eu também sei que há quem vá dizer que ninguém quer um filme sobre saúde mental mas sim sobre super heróis ou, quanto muito, de vilões/anti-heróis.

Mas não estará tudo relacionado de certa forma? Se pensarmos nestas personagens, houve sempre algo que os fez tornarem-se “vilões” ou anti-heróis. Seja um soro injetado para os tornar em algo, seja a morte de um familiar ou abuso de poder. Por isso, terá sido assim tão descabido que com estas personagens nos deparemos com uma narrativa sobre solidão, e traumas e em que a solução é o apoio de pessoas de fora que entendem aquilo que sentimos? Se pensarmos bem, se a Wanda Maximoff tivesse tido alguém como este grupo, talvez o desfecho teria sido diferente.
E não me interpretem mal, este filme tem realmente uma carga emocional grande, mas também tem bons momentos de ação e comédia. Não só porque a grande maioria deles não tem bem super poderes mas também porque não estão habituados a trabalhar em equipa e vêem-se obrigados a fazê-lo aqui, o que acaba por nos trazer bons momentos para o filme. E claro, a introdução da personagem do Bob foi muito bem feita mas de forma misteriosa, o que trouxe um grande impacto no filme precisamente por não sabermos muito dele antes.

Já para não falar nas inúmeras referências que há de outros filmes, como de Avengers, por exemplo. Só eu reparei que num momento em que agarram um dos destroços de um prédio, esse destroço parece-se bastante com a base da cena do Avengers (2012) quando eles estão todos juntos e até deu origem a um Funko Pop ou até mesmo um simples “on your left”.
A narrativa foi bem construída, a história é simples mas eficaz e dá um novo fôlego e propósito (e para algumas, redenção) a estas personagens que andavam meio perdidas neste universo com tanta série e filme que vai saindo e que depois não faz nada com as mesmas. A única personagem que tenho realmente pena que estejam a levar por caminhos estranhos é mesmo o Bucky. Sinto que ele merece tão mais e que acabam sempre por o colocar em situações meio estranhas.
E não vou negar, quem brilha realmente neste filme é a Yelena Belova, não só pela relação que cria com todas as personagens mas também porque acaba por ser uma luz de esperança para todos, superando os seus próprios traumas. Quero muito continuar a ver a Florence Pugh neste papel porque acho que ela tem todo o potencial para se vir a tornar uma das melhores personagens da Marvel nesta nova fase.

De resto, é um bom filme para se ver no cinema, com amigos, com pipocas, e que embora exija que vejam algumas coisas para trás da Marvel, também vive bem como “standalone” e depois irem pesquisar sobre as personagens, até porque vão explicando mais ou menos o contexto delas ao longo do filme para quem não sabe nada ou, simplesmente, já não se lembra.
Fiquei agradavelmente surpreendida com Thunderbolts* e estou ansiosa para que venha uma nova fase que começa já em julho com Fantastic Four. E sim, o asterisco no fim faz todo o sentido!
PS: Há duas cenas pós-créditos! Aos fãs da Marvel, não preciso de dizer para ficarem, mas a todos os outros… fiquem porque vale muito a pena!