Angelina Jolie protagoniza este novo thriller de ação na pele da personagem Hannah Faber, uma bombeira paraquedista que trabalha na preservação de uma reserva florestal no estado do Montana. Hannah é destacada para um posto de vigia no meio da floresta e é lá que entra em contacto com um rapaz (Finn Little) que foge ofegante por entre as árvores, com dois assassinos a soldo no seu encalço (interpretados por Aidan Gillen e Nicholas Hoult). Este par de hitmen tem como missão caçar o jovem e o seu pai, um contabilista que descobriu informações que implicam altas figuras do governo num caso mediático em tribunal.
Este filme assemelha-se a projetos anteriores em que Taylor Sheridan, realizador do filme, trabalhou como argumentista (Hell or High Water e Wind River) na medida em que o autor faz uso da sua “imagem de marca” na maneira como conta histórias que se desenrolam em ambientes rurais – quer seja nas montanhas do Wyoming ou nas planícies do Texas – e das personagens complexas que neles habitam que agora têm de enfrentar desafios maiores do que os que estariam habituados. Infelizmente, em Those Who Wish Me Dead, a fórmula não é tão bem executada quanto nos trabalhos anteriores do realizador/argumentista.
O desenvolvimento das personagens é escasso, a originalidade do enredo é parca e o impacto emocional que deixa no espectador deixa muito a desejar. Depois dos primeiros quinze minutos de filme, conseguimos perceber o rumo que a história vai levar, o que faz com que os seus contornos e desfecho se tornem previsíveis e, consequentemente, pouco entusiasmantes.
O ritmo a que a história é contada executa a proeza de parecer ser muito apressado de acontecimento em acontecimento, mas não conseguir traduzir essa urgência em qualquer tipo de entusiasmo palpável, resultando num aborrecimento prolongado durante mais de uma hora de filme.
Sente-se também que há um enorme desperdício do talento dos atores deste elenco: temos muitos atores e atrizes carismáticos de provas dadas quanto às suas capacidades de representação mas que, neste filme, entregam uma das performances mais desinteressantes das suas carreiras.
A falta de inspiração estende-se à banda sonora da autoria de Brian Tyler, que parece ter como objetivo compor as peças mais genéricas e pouco memoráveis possíveis.
No que toca às cenas de ação, é visível que existe algum planeamento na sua criação e execução, mas este esforço é denegrido, em parte, pelos fracos efeitos visuais utilizados, com maior destaque, na ilustração das labaredas dos incêndios florestais.
Para um filme intitulado “Aqueles Que Me Desejam a Morte”, quem acaba por morrer de tédio é o espectador. Fica a esperança e o desejo de que Taylor Sheridan consiga, no futuro, voltar a atingir a qualidade presente nos seus trabalhos de início de carreira.
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