Thor Ragnarok: A prova de que o martelo não faz o Deus

Thor Ragnarok, o terceiro filme do deus asgardiano, já estreou nas salas de cinema e continua a acumular críticas positivas, sendo intitulado um dos melhores filmes da Marvel Studios até agora.

Acredito que deve ter sido um filme bastante esperado por causa do desaparecimento de Thor após os Avengers: Age of Ultron e como tal, as expetativas eram altas e não desiludiu! Foram duas horas e dez minutos que valeram completamente a pena. É um filme fresh e cómico logo desde a primeira cena em que Thor é prisioneiro e se mete com um demónio gigante em chamas que se intitula de “a ruína de Asgard”.

Com um estilo pop, fazendo lembrar os Guardiões da Galáxia e com um elenco fantástico, o filme vai-nos conquistando aos pouco. E claro, a banda sonora, top! Para além disto tudo, traz-nos uma versão badass do Odinson que não nos desagrada nada.

A história começa realmente quando Thor descobre que afinal o irmão não está mesmo morto como tinhamos visto em Thor: The Dark World (apesar de estar espalhado nos cartazes do filme) e com a ausência de Odin de Asgard, os irmãos vão ao encontro dele através do Doctor Strange, que está a entrar aos poucos neste universo Marvel para não cair provavelmente de páraquedas no Infinity War.

Quando conseguem encontrar Odin, este revela-lhes o segredo que escondeu deles a vida toda: a sua primogénita, Hela, mais conhecida como Deusa da Morte, estava para vir com a morte dele. Ela tinha sido aprisionada pelo próprio pai devido ao descontrolo das suas ambições maléficas.

E claro que com uma Deusa da Morte cheia de desejo de vingança, raiva e destruição a vir, as coisas não ficam fáceis, especialmente quando ela é mais poderosa do que qualquer um deles, desfazendo em pedacinhos o Mjolnir, martelo de Thor, como se de um pedaço de vidro se tratasse. Tenho a dizer que logo desde a primeira aparição de Hela que sabia que a Cate Blanchett, like always, ia fazer um grande papel de vilã! (Apesar de não ser grande fã daquela “coroa” com cornos que ela usa).

O que vem a seguir, é tudo bastante engraçado: Quando Thor é empurrado para Sakaar, é capturado por Valquíria (Tessa Thompson) e vendido ao líder do planeta, Grandmaster (Jeff Goldblum ao poder) que o utiliza como candidato num combate com o seu campeão que é só o antigo “colega de trabalho” de Thor, o monstro verde a que chamamos de Hulk! Meanwhile, até temos direito a um cameo do Stan Lee a tosquiar o cabelo do asgardiano (pior momento do filme ever, apesar de lhe ficar bem o corte).

Como é óbvio, ele vai montar uma equipa com Hulk, com Valquíria (que acaba por se revelar uma guerreira asgardiana) e com Loki (Tom Hiddleston) para salvar a tempo Asgard das mãos da sua “querida” irmã, contando sempre com a ajuda de uma personagem importante do seu planeta: Heimdall (grande Idris Elba).

Estava com receio de que a primeira parte toda do filme estivesse a demorar muito e, efetivamente, durou mais do que se esperava embora não reparassemos logo nisso. Mas depois a parte final, o suposto Ragnarok, tendo em conta que faz parte do título, devia ter chamado mais a atenção. É daqueles casos que nos deslumbramos com a viagem, não ficamos desiludidos com o destino mas sentimos que falta algo. Ao menos deu para ter noção, noutra perspetiva, dos poderes de Thor, sem o martelo, como nunca tinhamos visto antes.

O filme não merece um 10, nem um 9, mas estou confiante no 8 sólido que lhe dei, porque acho que Taiki Waititi conseguiu destacar este filme pelo melhor, apesar de haver muita gente que não está de acordo com isto, tendo em conta o estilo de filmes que o realizador costuma fazer.

“Thor: She’s too powerful, I have no hammer.
Odin: What are you, the god of hammers?”

Extras/Curiosidades:

• Na peça de teatro em Asgard que retrata a morte de Lok, os actores que interpretam a família asgardiana são: Matt Damon no papel de Loki, Sam Neil no papel de Odin e nada mais, nada menos do que o irmão de Chris Hemsworth, Luke (Westworld) a fazer de Thor.
• A personagem de Krog tem a voz do realizador Taiki Waititi
• Na primeira cena dos pós-créditos, há mais uma aparição referente a Thanos, que se prevê que apareça em Infinity War
• Apesar de Hela ser filha de Odin no filme, nos comics, ela é filha de Loki.