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The Spy Who Dumped Me (O Espião que me Tramou) e o guião que tramou toda a gente

by The Golden Take

The Spy Who Dumped Me (“O Espião que me Tramou”) é realizado por Susanna Fogel e, é caso para dizer, que a culpa não é toda do espião. É sim do guião que conseguiu tramar toda a gente.

Audrey (Mila Kunis) é deixada pelo namorado Drew (Justin Theroux). Mais tarde vem-se a descobrir que é um espião e não o locutor de um podcast como ela achava.

Antes de ser morto, ele confia a Audrey uma estátua. Diz-lhe que ela tem de a levar até Viena, a um café, a um tal de Verne. Qualquer pessoa hesitava nisto, mas o que lhe passou pela cabeça foi cumprir o último desejo de Drew. E é oficialmente aqui que começa a desgraça.

E claro que a sua melhor amiga, Morgan (Kate McKinnon) não deixa Audrey ir sozinha para a Europa. Também muito devido ao facto de já estarem envolvidas na missão trapalhada (como lhe gosto de chamar).

Sendo os novos alvos, são perseguidas por toda a gente (às tantas já nem se sabe se é a CIA ou os maus da fita que as perseguem) e como tal torna-se tudo mais difícil, especialmente porque elas não fazem ideia do que estão a fazer.

Se há coisa que se pode elogiar neste filme é a ação do mesmo. Entre tiros, combates corpo a corpo, saltos totalmente irrealistas e perseguições de carros, não há um único momento em que fiquemos aborrecidos quando isto está a acontecer.

Apesar disto, o filme torna-se muito longo para o argumento “básico” que tem. Acabamos por não torcer por nenhuma personagem em específico e a história não nos entusiasma porque a um certo ponto torna-se previsível, embora o facto de as duas amigas serem verdadeiramente boas no que fazem nos entusiasmar quanto baste.

A juntar a isto, temos ainda a componente da comédia. É daqueles filmes que é super divertido quando não está a tentar à força toda sê-lo. Sim, se virem este filme vão-se partir a rir.

Mas não é porque o filme tem piadas inteligentes – muito pelo contrário – mas sim pela situação em si ser engraçada e pelos actores que, com as suas expressões e modo de interpretar, dão piada à coisa.

Falando no elenco, esse é bem conhecido do público. Mila Kunis continua a fazer papéis destes, provando que não evoluiu muito ao longo da sua carreira. No entanto, não ficamos desgostosos com a escolha.

Embora seja a personagem de Mila a principal, quem leva muito o filme às costas é Kate McKinnon. Que, mesmo assim, acaba por nos desiludir. Não porque ela estivesse mal, mas sim porque lhe continuam a dar interpretações em que ela tem de ser a “palhaça”.

Há filmes em que isto corre bem como em “Rough Night” ou em “Ghostbusters”. Todavia, neste caso saiu-lhe literalmente o tiro pela culatra. Ela sabe o que faz no que toca a fazer rir os outros e é realmente boa nisso, mas tal como a sua personagem, acaba por ser demais. Sentimos inclusive a necessidade de a ir abanar e dizer-lhe para parar.

Depois há aquelas escolhas que aí sim, desiludem. Falo dos dois atores do filme: Sam Heughan, que interpreta o agente Sebastian (que aparece imenso) e Justin Theroux, que faz do espião Drew (que não aparece quase nada).

Sam Heughan é um ator estrondoso e a maior prova disso é a série Outlander, onde ele dá vida a Jamie numa interpretação que ficamos de queixo caído e queremos ver bem mais dele.

Neste filme, pronto, ele dá aqueles saltos à ninja e dá cabo deles todos, e acho que ninguém se pode queixar de o ter no elenco, mas a personagem dele, se tivermos a de Jamie em mente, desilude-nos bastante. E não é por uma má prestação, mas sim porque o argumento não ajuda em nada.

Já Justin Theroux, também com uma interpretação forte de Tom em “The Girl on the Train”, tem uma cena inicial (completamente à parte de todo o filme) onde nós pensamos “olha, fixe” e depois… Não nos surpreende em nada. Ficamos mesmo sem conseguir dar uma opinião concreta sobre o papel dele porque não há ponta por onde se pegue.

Em suma, se procuram um filme para desanuviar ou para rir um bocado, este é a escolha certa. Mas se procuram uma comédia realmente boa, não a vão encontrar aqui.

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