Home FilmesCinema “The Sound of Music”: O legado magistral de Julie Andrews

“The Sound of Music”: O legado magistral de Julie Andrews

by João Pedro

Julie Andrews, a atriz e cantora que protagonizou “Mary Poppins”, “The Sound of Music” ou “ The Princess Diaries”, celebrou ontem, dia 1 de Outubro de 2019, o seu 84º aniversário. Para homenagear a carreira de Andrews, decidi efetuar uma pequena abordagem sobre “The Sound of Music” (1965), o culminar da Era de Ouro dos musicais em Hollywood, e que ainda permanece como um dos filmes mais populares de todos os tempos.

“The Sound of Music” foi uma adaptação da peça (com o mesmo nome) que chegou à Broadway em 1959. Obviamente, a música é um aspecto crucial deste trabalho, mas existem outros elementos interessantes que também contribuíram para que o filme ficasse eternizado na história do cinema.

Em particular, destaca-se desde logo o desempenho cativante de Julie Andrews no papel principal, bem como a realização astuta de Robert Wise.

A história diz respeito a uma jovem freira que se despede do seu convento para ser a governanta dos sete filhos de um capitão da marinha que se reformou. Ambientado na Áustria, em 1938, o enredo baseia-se no livro de memórias de Maria von Trapp, “The Story of the Trapp Family Singers” (1949).

Nesse aglomerado de experiências, Maria conquista o coração dos filhos rebeldes do capitão von Trapp, e ensina-os a cantar. Posteriormente, acaba por casar-se com o capitão e, juntos, conseguem fugir da Áustria antes que os Nazis o possam recrutar para as forças armadas.

Em muitos filmes, existem basicamente dois fios narrativos: um fio de ação principal que incide na jornada do protagonista, e um fio romântico que embeleza o resultado principal. Por conseguinte, em “The Sound of Music”, existem três tópicos primordiais: a evolução da interação de Maria com os filhos do capitão (onde surgem os momentos musicais), a relação entre Maria e o capitão, tal como a fuga às garras dos Nazis.

Até poderia ser expectável idealizar que o terceiro tópico seria o foco principal que carrega a história, porém, este filme não pretendia oferecer uma demagogia tão política ou histórica dos acontecimentos.

A história foi simplificada para que houvesse uma ênfase crescente na relação entre Maria com o capitão e os filhos. Normalmente, esta diminuição do fio da ação poderia diminuir o interesse do público, mas não foi o caso.

A protagonista da história é Maria e, como tal, a premissa gira em torno do amor que ela tem pela vida. De facto, a música que dá título ao filme evidencia essa espontaneidade da personagem:

“The hills fill my heart with the sound of music. My heart wants to sing every song it hears!”

É o envolvimento amoroso de Maria com o mundo através da música que domina a história. Efetivamente, isso fez com que o filme não apresentasse outros elementos presumivelmente importantes da peça de teatro.

Assim, não houve foco no contraste entre o idealismo do capitão e a vontade do seu amigo, Max Detweiler, em comprometer-se com a corrupção, a fim de maximizar a sua própria utilidade, tal como a relação entre o capitão e Elsa von Schraeder.

Estas mudanças catapultam um lado negativo, mas que é compensado pela riqueza no tratamento da natureza comovente de Maria, através da apresentação dinâmica dos números musicais. Nesse sentido, Wise e a sua equipa criaram montagens (editadas de forma sublime) para os números musicais, que os libertaram dos limites de uma produção estática de palco e aproveitaram as possibilidades muito mais expressivas do cinema.

Na altura em que o filme foi lançado, a reação da crítica foi mista, na melhor das hipóteses, mas tornou-se logo popular entre o público no geral. Recebeu dez nomeações aos Óscar, e arrecadou cinco deles, incluindo os galardões de Melhor Filme e Melhor Realização. No ano seguinte, tornou-se a longa-metragem de maior bilheteira de todos os tempos, superando “Gone with the Wind”.

Embora alguns detalhes do argumento possam prejudicar o fio narrativo, a sinceridade, o calor e o charme de Julie Andrews transmitem a mensagem principal da história. E Christopher Plummer, que tem uma presença bastante moderada na história, é extremamente bom a transmitir sentimentos interiores por meio das suas expressões faciais.

A fotografia é inegavelmente requintada. Ted D. McCord fez um trabalho incrível ao captar a beleza de Salzburg, tal como o fascínio natural das montanhas e lagos.

Talvez o maior desafio do filme tenha sido manter o senso de inocência e diversão, representado pelas crianças e pelo relacionamento com Maria, ao mesmo tempo que apresentava o tópico sério e contundente da guerra e da ocupação nazi, principalmente no final do filme.

“The Sound of Music” é um filme que nos ensina a permanecermos fiéis a nós mesmos, a conhecer a nossa identidade e a compartilhar o significado de alegria e de viver com os outros.

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