The Secret Life of Pets 2 é o novo filme de animação a chegar aos cinemas portugueses que mostra o que os animais fazem assim que os donos saem de casa. Mas não conseguiu superar as expetativas com que o primeiro filme nos deixou.
Após o sucesso de 2016, a Ilummination tinha a difícil tarefa de pegar num filme que, sem o efeito surpresa do primeiro, poderia tornar-se em algo banal. Sendo uma tarefa quase hercúlea, o filme segue uma linha surpreendente de se dividir em 3 histórias distintas de maneira a dar ênfase às suas personagens fazendo com que o filme passasse a ser quase como 3 episódios de uma série de televisão.
Num dos arcos temos Max (Patton Oswalt) e Duke (Eric Stonestreet) que vão passar umas férias ao campo depois de o primeiro ter uma crise de nervos devido à sua nova faceta de protector do filho da sua dona. No campo, Max irá enfrentar os seus medos e inseguranças e para isso muito contribui Rooster (Harrison Ford), um cão-pastor destemido e que vai ensinar ao primeiro a ter auto-confiança para enfrentar situações do dia-a-dia.
Entretanto no prédio de Max e companhia, Snowball (Kevin Hart), o coelho destemido que quer ser um super-herói, recebe um pedido de ajuda de uma cadela chamada Daisy (Tiffany Haddish), mas a missão não será fácil, visto que se trata de salvar um tigre bebé da crueldade de um circo.
Já Gidget (Jenny Slate), a cadela que é apaixonada por Max, tem a missão de resgatar o brinquedo favorito deste de uma casa repleta de gatos. Para conseguir isso, irá mascarar-se de gata com a ajuda de Chloe (Lake Bell).
As personagens, mesmo as secundárias, seguem a linha do filme original, bem exploradas e caracterizam muito bem o animal que representam em relação à ideia do ser humano. O melhor exemplo disso é a gata Chloe e a maneira como esta convive com a sua dona. Mas a melhor personagem do filme acaba por ser Rooster, no qual se nota mesmo um cuidado especial por se tratar de Harrison Ford e, mesmo que não soubéssemos através da voz, as próprias atitudes do cão é 100 por cento o feitio do actor!
O filme tenta em várias instâncias passar a mensagem contra os maus tratos animais, sobretudo na história do tigre, mas sentimos que as mensagens são algo superficiais e sem grande desenvolvimento. Há também pouco cuidado na narrativa sobretudo quando os 3 arcos se unem para o final, sendo uma conclusão um bocado abrupta e inconsequente.
O filme poderia ser muito mais, sobretudo se o próprio slogan é o que os animais fazem na nossa ausência e essa ideia simplesmente não é explorada e é na realidade o que muito provavelmente queríamos ver, como já referimos. Em certos momentos está mal construído e devia haver um cuidado em atingir vários público-alvo para além dos mais novos, como no primeiro, pois os adultos vão sentir que este filme já não é para nós e essa sensação advém da tal construção do enredo do filme.