Home Novidades The Prom: Um musical que tinha mais potencial mas que não deixa de ser relevante

The Prom: Um musical que tinha mais potencial mas que não deixa de ser relevante

by Beatriz Silva

The Prom é o novo musical produzido por Ryan Murphy que nos conta a história de Emma, uma rapariga que simplesmente queria levar a sua namorada ao baile mas que se vê impedida de o fazer. Estreia dia 11 de dezembro na Netflix.

Eu costumo adorar as produções do Ryan Murphy, como Glee, The Politician ou ainda Hollywood (confesso que nunca peguei em American Horror Story). E outra coisa que costumo apreciar muito são musicais. Ora, sendo “The Prom” uma junção dos dois (visto que é uma adaptação da Broadway) e contando com um elenco de luxo, acabei por ficar aquém das minhas expetativas porque se tornou num filme “zapping” como gosto de lhe chamar.

A história começa com 4 atores da Broadway que se vêm arrasados pela crítica ou ignorados pelos produtores dos grandes espetáculos e, para ganhar credibilidade (e publicidade), decidem que têm de arranjar uma causa nobre a defender. Até que descobrem Emma pelo Twitter, uma adolescente cujo baile da escola foi cancelado porque ela quis levar a sua namorada como acompanhante, e decidem ajudá-la a ter o baile de volta, viajando até ao Indiana.

THE PROM (L to R) ANDREW RANNELLS as TRENT OLIVER, JAMES CORDEN as BARRY GLICKMAN, MERYL STREEP as DEE DEE ALLEN, NICOLE KIDMAN as ANGIE DICKINSON THE PROM. Cr. NETFLIX © 2020

Num musical é muito importante, pelo menos para mim, que as músicas mexam de alguma maneira comigo ou que, pelo menos, me fiquem na cabeça depois de eu ver o filme ou a série (e acreditem que é fácil isso acontecer). Aqui, não sinto que tenha ficado com músicas na cabeça (talvez com uma frase, de tanta vez que a repetiram) e não fiquei com vontade de as voltar a ouvir. As letras foram acompanhando as situações mas parece que foram feitas de improviso e as músicas foram perdendo-se no meio de tanta coreografia (que só foram deixando o filme mais longo embora estivessem bem coreografadas).

Claro que o expectável num filme sobre um baile, teria que ter muita dança e luzes por todo o lado e vários adolescentes a falar/cantar de uma situação que é bem real e que ainda hoje há quem passe por situações semelhantes, como o facto de os pais não os aceitarem como são ou simplesmente as pessoas não compreenderem que o amor que eles sentem por outra pessoa do mesmo género.

Ora, é certo que toda a história dos atores começa com uma sátira à questão de quererem arranjar publicidade e boas críticas à conta de uma causa nobre e é impossível para eles ficarem indiferentes à causa de Emma. Mas todas as personagens deles, aqui interpretadas por Meryl Streep, James Corden, Nicole Kidman e Andrew Rannells, acabam por se render também a todo o espetáculo que acontece, achando mesmo que estão a resolver as coisas. E nós acabamos o filme a pensar “era bom que fosse assim tão fácil”.

Não entendo porque é que o Murphy decidiu ir buscar duas grandes atrizes como Meryl Streep e Nicole Kidman para darem o seu show e as suas mãos de “zazz” num filme destes (embora tenha adorado e rido muito com o número musical de Meryl quando chega à escola). Acho que foi um desperdício de talento das duas, e nada tem a ver por ser um musical, mas sim pelo que foi feito com as personagens delas.  Já James Corden estava na sua praia, quase que foi a sua redenção por ter participado em “Cats”! Resultado: temos aqui bons atores, com grandes skills musicais e de dar espetáculo, mas não passa disso porque a realização do filme não soube ajudar.

© MELINDA SUE GORDON/NETFLIX © 2020

E atenção, nada contra a forma como utilizaram as personagens. Conseguimos através delas trazer a Broadway para este filme para falar de forma mais leve de um tema como o movimento LGBT. Mas não sinto que tenha sido a melhor maneira de o fazer porém, nem chegou este cheirinho da Broadway.

Quanto a Jo Ellen Pellman, foi uma surpresa aquele vozeirão. Espero que a vejamos em mais produções musicais brevemente! Já Ariana DeBose, para quem viu Hamilton, já sabia o que esperar desta jovem atriz.

Não me levem a mal, eu diverti-me a ver o filme, acho que de certa forma há brilho, há cor, e há potencial para ser, como referi um filme “zapping” que para mim é algo que eu vejo em qualquer altura se estiver a dar, ou para me distrair dos filmes e séries de drama que vejo em barda. O que acho que aconteceu foi que não teve o potencial que achámos que iria ter ao ver o trailer a nível de realização e argumento em si, embora o assunto não deixe de ser extremamente relevante, até porque foi algo que não só aconteceu (em 2010), como ainda acontece nos dias de hoje.

Resta-nos aguardar para ver qual será o próximo projeto milionário de Ryan com a Netflix.

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