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The Princess Switch: Um maneira simples de escapar à realidade

by João Pedro

“The Princess Switch” é um filme em torno de sósias com um pequeno twist natalício. Essencialmente, esta réplica de “Prince and the Pauper” incide numa pasteleira de Chicago e na Duquesa de Montenaro. Ambas as personagens – retratadas por Vanessa Hudgens – decidem tocar de vida para, desta forma, poderem escapar às rotinas habituais. 

Stacy (Vanessa Hudgens) é uma sensata pasteleira de Chicago, que planeia cada momento da sua vida. Não obstante, a dada altura, Kevin, o seu parceiro de negócios, decide que a jovem precisa de ser mais espontânea, e, por conseguinte, decide inscrevê-la na quinquagésima sexta edição da Competição Internacional de Pastelaria de Natal na Belgravia.

A longa-metragem é ambientada na Belgravia, um país fictício. Os cineastas, aliás, até nem se esforçam para fazer com que o local pareça remotamente europeu, o que não é necessariamente um problema, mas sim uma observação que é quase impossível de evitar ao longo do filme.

Por outro lado, Margaret (também retratada por Hudgens) é uma bela duquesa que está noiva do príncipe Edward de Belgravia, apesar de só o ter visto duas vezes e de o considerar demasiado formal. Para ser totalmente honesto, não é o melhor começo para uma relação, mas há sempre a hipótese destes dois passarinhos encontrarem almas gémeas ao virar da esquina, por isso, se calhar, vai dar tudo certo no final.

Desta feita, quando as duas jovens se conhecem, e percebem que são totalmente idênticas, a ideia de Margaret é trocar temporariamente de lugar com Stacy – ela quer perceber o que é ser uma rapariga normal (observação secundária: a maneira como Vanessa Hudgens, com sotaque, pronuncia a palavra “girl”, é extremamente desconcertante).

Em contrapartida, para que Stacy aceite entrar no esquema, Margaret faz-lhe o favor de financiar a entrada da filha do amigo num curso de verão do Conservatório de Balé infantil (um país fictício que, aparentemente, é conhecido pelas academias de dança de elite). A partir daqui, a história desenrola-se sem grandes surpresas.

E, efetivamente, é natural que não exista o fator “surpresa”. Se optamos por ver “The Princess Switch”, significa que não temos vontade de ser desafiados intelectualmente. O que por vezes é, a meu ver, desmesuradamente necessário. Significa que, de forma leve, pretendemos desanuviar do quotidiano. Dar uma oportunidade a este filme, é o equivalente narrativo à companhia da caneca de chocolate quente e do cobertor. Nesse sentido, “The Princess Switch” faz um bom trabalho.

© Netflix

As performances principais são úteis, embora lhes falte a química que define o melhor que este pequeno género peculiar tem a oferecer. De forma bizarra, Vanessa Hudgens destaca-se mais quando faz uso ao sotaque exuberante, do que quando tenta fazer a sua melhor representação de uma mulher normal. Sam Palladio e Nick Sagar (Edward e Kevin, respectivamente) são ambos sonhadores – de forma apropriada – nos seus próprios retratos, embora se pedisse um maior desenvolvimento aos seus personagens.

No que toca a “The Princess Switch”, resta-me apenas fazer menção ao chamado “elefante na sala”, um personagem simpático que vai aparecendo ao longo do filme, como se tratasse de um espírito de Natal, mas que nunca assume um propósito narrativo real.

Contudo, este pormenor faz parte de um leque de observações que não têm grande relevância. Isto porque, obviamente, filmes como “The Princess Switch” são essencialmente à prova de qualidade. E por essa razão, embora ocasionalmente tenha dificuldade em superar a barreira que estabeleceu para si mesmo, o filme é suficientemente agradável para vermos quando a chuva regressa e a alegria do Natal começa a contagiar a alma.

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