“The Invisible Man” é o remake do filme de terror de 1933, e já foi aclamado pela crítica. Protagonizado por Elisabeth Moss, chega aos cinemas dia 5 de março.
Faltava mesmo a Leigh Whannel um filme a solo e que tivesse sucesso, e conseguiu. O realizador de Upgrade e Saw (ao lado de James Wan), abraçou este novo projeto da Universal e não desiludiu. Inspirado na personagem de H.G Wells, o filme é bastante atual, em que é visto através do olhar da protagonista.
O filme foca-se em Cecilia (Elizabeth Moss), uma mulher que foge da sua relação abusiva com Adrian, com a ajuda da sua irmã Emily Kass (Harriet Dyer) e vai viver para a casa de amigos. Esta, passa algum tempo sem sair de casa até que recebe a noticia que o seu marido morreu.
No entanto, Cecilia começa a testemunhar acontecimentos estranhos que a fazem suspeitar que o seu marido não está morto.
O filme podia ter seguido um caminho diferente, podia ter-se deixado a dúvida se o Homem Invisível realmente existiria ou não. Mas o realizador não segue esse caminho, e é deixado logo de forma clara a presença de Adrian através do movimento de objetos e da sua respiração.
O filme parece não ter uma história muito complexa, e à partida podemos não ter muito interesse devido à previsibilidade da narrativa. No entanto, o argumento é muito terra a terra, bem adaptado aos tempos modernos, e deixa logo bem claro no início que não é um filme sobrenatural, mas um filme atual sobre violência doméstica e abusos.
“The Invisible Man” mostra realmente como um remake deve ser, faz uma adaptação moderna e a tecnologia é usada de forma inteligente, provando que, garantidamente, este não é um filme sobre monstros.
A realização do filme está muito bem conseguida e foram criadas várias cenas de tensão que deixam o espetador preso à cadeira, com planos muito simples de apenas uma cadeira ou uma porta ou simplesmente o vazio. O silêncio é usado de forma muito inteligente, que nos faz prender a respiração e ansiar por saber a forma como o filme vai terminar.
A performance de Elisabeth Moss é impecável, e só confirma que é uma das melhores atrizes da atualidade. Apesar de ser uma atuação muito dentro da sua zona de conforto, existe uma boa evolução da personagem e um bom trabalho da atriz.
Existe um domínio do tom do filme, da banda sonora que ajuda também nos momentos de tensão, até mesmo os efeitos visuais são utilizados na medida certas sem exageros.
Este filme é a prova de que Leigh Whannell consegue criar filmes de terror que têm algo para além de sustos, ideal para quem gosta de terror psicológico e de tensão do início ao fim.