Há mais um filme da saga de The Hunger Games nos cinemas passados 8 anos. É nada mais, nada menos, do que a prequela The Ballad of Songbirds and Snakes, uma adaptação do livro homónimo de Suzanne Collins, que nos traz a história do passado do Presidente Snow.
A prequela passa-se durante a 10ª edição dos Jogos da Fome, 64 edições antes da participação da Mimo Gaio Katniss Everdeen, e podemos dizer que foi onde tudo começou verdadeiramente. Quero começar por dizer que a vontade de rever os filmes foi enorme depois de ver esta prequela e ainda bem que o fiz, porque realmente ganhamos outra perspetiva.
Revendo os filmes, senti isto porque nunca acabámos por ter um verdadeiro contexto dos motivos para o Presidente Snow ser como é, nunca tivemos grande profundidade da sua personagem sem ser no papel de Presidente e decisor do que acontecia nos Jogos da Fome e isso sempre me fez muita confusão. Ele era assim só porque sim? Podia ser, mas sentimos sempre falta de algo (pelo menos nos filmes).
Este filme trouxe-nos um pouco dessa perspetiva, uma vez que acompanhamos Coriolanus Snow e a sua posição no Capitólio no decorrer da 10ª edição, e a sua postura como mentor nos Jogos da Fome, algo que nunca tinha acontecido até então. Para além disso, sabemos que foi ele quem deu muitas das sugestões que acabámos por ver tecnologicamente desenvolvidas anos mais tarde.
E para mim, o melhor do filme é mesmo o Tom Blyth como Coriolanus. O que vemos acontecer no grande ecrã com a representação deste ator, que embora não tenha tido muitos trabalhos até então, brilhou aqui porque nos entrega uma evolução da personagem ao longo do filme. Se no início conseguimos perceber a situação em que o Coryo (sim, vou usar este nome para evitar erros) estava e o que tinha de fazer para sair dela e proteger a sua família mas também o seu estatuto e quase que conseguimos criar empatia com ele quando ele conhece a Lucy, depois vai tudo mudando à medida que as coisas vão acontecendo. É realmente fascinante acompanhar esta história, esta mudança de atitudes e pensamentos dele, e foi o que mais me impactou.
Embora a interpretação de Rachel Zegler não seja inteiramente elogiada, eu como estou a ler o livro até consigo aceitar a mesma. Não adorei nem deixei de gostar, acho que foi competente ao entregar-nos a Lucy Gray Baird e a química que tinha com o Tom Blyth também ajudou muito. E não, não tenho nada contra os momentos musicais – embora tivesse cortado pelo menos duas músicas.
Tenho também de destacar a maravilhosa Viola Davis que está assustadoramente fantástica neste filme no papel de Dra Gaul!
A arena dos Jogos da Fome acabou por ser bastante mais simples do que aquelas que conhecemos anos mais tarde, mas achei um pouco simples demais. Sei que as edições iniciais era só os tributos e armas e o caos depois da contagem decrescente, mas acho que a simplicidade da mesma fez com que esta parte do filme passasse depressa de mais. Não foi não ter gostado, mas acho que estava muito expetante para ver como iriam ser e acabou por não ter grande desenvolvimento como aconteceu nos outros filmes da saga. Mas percebo.
A banda sonora trabalha de forma maravilhosa com a realização, cinematografia e os efeitos práticos que vamos vendo ao longo do filme e a referência a outros filmes, embora às vezes pareçam forçadas, acabam por ligar muito bem com o resto da saga. O ato final acabou por ir mais a fundo e mais devagar, e teria feito um filme inteiro só com o mesmo, mas como ajudou na construção do Snow, acabei por aceitar.
Devo também dizer que fiquei altamente traumatizada com todas as mortes e o que ia acontecendo! Claro que já devia estar habituada mas dei por mim a levar as mãos à cara muitas vezes!
Estou ansiosa por voltar a ver o filme, porque acredito que vou apanhar ainda mais referências e por ser um filme que nos entretém tanto e que nos traz uma certa nostalgia, espero que se sintam como eu. Já tinha saudades de ver um filme que me deixasse realmente entusiasmada!
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