Home FilmesCinema “The Farewell”: Uma despedida que também é uma celebração da vida familiar

“The Farewell”: Uma despedida que também é uma celebração da vida familiar

by The Golden Take

O cinema em língua não inglesa está a conquistar os cinemas mundialmente. Dia 9 de janeiro, é a vez de chegar a Portugal “A Despedida” (The Farewell), uma história inspirada numa “mentira verídica” sobre uma família chinesa. É considerado um candidato forte à categoria dos Óscares. 

O filme apresenta-nos Billi (Awkwafina) e a sua família que descobrem que a sua avó Nai Nai (Shuzhen Zhao) tem poucas semanas de vida e optam por não contar nada à própria. Acontece que Billi mora e foi criada nos EUA e a sua avó está na China, o que faz com que tenham uma ligação ainda maior e que ela queira ir lá para visitar a avó.

Para que possam estar todos juntos antes de algo acontecer, é anunciado o casamento do primo de Billi na China. Embora contra a vontade da família, ela voa até lá para passar os últimos momentos com a avó, que lhe traz alegria, embora esteja falida e a sua bolsa para a faculdade tenha sido rejeitada.

Para mim, “A Despedida” é um filme simples mas que diz muito. Não precisa de grandes floreados a nível de realização e argumento para passar a mensagem, basta que os atores transmitam a emoção de um momento destes para o filme resultar. E efetivamente, isso acontece.

Photo by Casi Moss Courtesy of A24

De destacar Awkwafina, que continua a demonstrar após Crazy Rich Asians, Paradise Hills e mais recentemente Jumanji: The Next Level que merece ser reconhecida pelo seu talento na representação. Não é por acaso que ela recebeu um Golden Globe recentemente com este filme (e que o mesmo tenha sido nomeado para Melhor Filme em Língua não Inglesa).

E são coisas muito simples que nos fazem apaixonar tanto pela representação, como pelo argumento e pelo filme, consequentemente, fazendo-nos lembrar dos últimos momentos que temos com alguém: seja através de um exercício de “libertação” que Nai Nai ensina a Billi, seja a avó querer planear o casamento para que todos os seus parentes gostem e estejam juntos, os jantares de família e as típicas arrelias que há nos mesmos devido aos diferentes caminhos que seguiram. Acima de tudo, é sentirmos que, apesar disto, estão todos juntos por uma causa, mesmo que não seja a melhor, deixando-a feliz.

Apesar disto, o argumento peca um pouco quando quer explorar algumas coisas, ou focar-se mais na relação avó/neta e falha em fazê-lo ou fá-lo demasiado superficialmente.

A banda sonora acompanha muito bem todos os momentos presentes no filme, quando queremos derramar a lágrima ou mesmo quando queremos rir, porque a Nai Nai faz-nos sorrir muito porque é uma mulher que está pronta para viver ao máximo, sabendo nós que poderá não demorar muito.

Photo by Nick West
Courtesy of A24

Outra coisa boa do filme é que vamos aprendendo coisas, pelo menos estão presentes no argumento, em relação a alguns acontecimentos na China. Seja a festa num casamento, seja celebrarem todos juntos à volta da campa de um falecido com pratos típicos e pedindo a benção para diversas coisas (que acaba por ser um dos momentos em que sorrimos mais no filme porque é interessante ver algo tão diferente do que temos cá).

“A Despedida” é a prova de que menos é mais, por vezes. Como disse, não é preciso muito para nos fazer gostar do filme. Basta ser realista, passar valores que, independentemente do país em que estamos a ver, nos identificamos e isso, por si só, já é uma grande vitória, porque tal como a música se diz que é uma linguagem universal, há temas que também o são, apesar de serem abordados de formas diferentes. Este filme é, acima de tudo, uma celebração de família e de amor ao próximo.

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