The Fall Guy (Profissão: Perigo) chega aos cinemas com um objetivo: trazer notoriedade aos duplos. Realizado por David Leitch, é um filme com muita ação e comédia também!
Quase que podia chamar-se Barbenheimer por ter literalmente o Ken de Barbie e a mulher do Oppenheimer, Ryan Gosling e Emily Blunt respetivamente, como protagonistas, mas acaba por ser um filme que está a deixar muitos espetadores entusiasmados para ver.
A história segue então Colt Seavers, um duplo, que tem uma paixão por Jody, realizadora do filme onde ele participa, mas as coisas complicam-se quando, após um acidente que o afasta dos filmes, é chamado de novo para um filme. Mas Tom Ryder (o ator de quem Colt faz o duplo) desaparece e a agente dele (interpretada por Hannah Waddingham) pede para ser Colt a encontrá-lo.
Quando o caos começa a acontecer porque Tom (Aaron Taylor-Johnson) não é assim tão inocente, resta ao Colt usar as suas habilidades e destreza de duplo para safar-se nas lutas e perseguições onde se vê metido.
Lá está, é um filme com mesmo muita ação, o que envolve um grande trabalho de coreografia, porque literalmente o Ryan Gosling tem de andar a dar e a levar tareia a torto e a direito para conseguir sobreviver ao caos, ao mesmo tempo que não pode desiludir mais uma vez a sua amada Jody, ao não estar lá para ela quando ela precisa, especialmente quando ela lhe volta a dar um voto de confiança.
Mas para mim o filme tem um propósito para além de nos entreter durante duas horas com uma história simples: reforçar que os duplos são uma parte principal para o sucesso de um filme, especialmente deste género. Voltou a falar-se mais dos duplos quando saiu o documentário do David Holmes, duplo do Daniel Radcliffe, que teve um acidente no set. No entanto, continua a ser necessário reforçar a importância dos duplos, não fossem eles os responsáveis pelas acrobacias e capotamentos de carros que tanto adoramos em alguns filmes.
E The Fall Guy não é uma excepção nisto. O trabalho de duplos está incrível, não fosse um filme em que realmente há um grande foco neles, e até mesmo os créditos dão este reconhecimento. Só podia ser um filme de David Leitch porque também ele é um antigo duplo e como tal entende e expõe bem o trabalho deles.
Só falta mesmo os Óscares reconhecerem isso (e o próprio filme faz uma piada com isso) que é algo que dentro do The Golden Take temos vindo a falar ao longo dos anos, que é mesmo a inserção da categoria dos duplos. Se introduziram a do elenco, porque não inserir esta também?
Também achei irónico, mas não sei se foi a intenção deles, a utilização da inteligência artificial na história para substituir a cara do duplo pela cara do ator. É irónico porque literalmente houve toda uma greve de atores porque não querem permitir que isso aconteça para que eles não sejam facilmente substituíveis, embora não seja totalmente o caso aqui.
Em suma, é um filme engraçado para verem no cinema com os amigos e as belas das pipocas e para desfrutarem. Apesar de ter tido a oportunidade de assistir em IMAX, recomendo que vejam em qualquer ecrã.