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Terrifier: O Início – Crítica Filme

Como Art se tornou o novo ícone do terror

by Inês Retorta

Sendo fanática por filmes de terror, acabo por ficar sempre entusiasmada quando encontro um filme que não é muito conhecido, mas que faz o seu trabalho. Este filme surpreendeu-me completamente e, por vezes, aterrorizou-me. Se alguma vez houve um assassino de um filme de terror que merecesse um franchise, sem dúvida é o palhaço Art. Trazido até nós pelas mãos de Damien Leone, Terrifier – O Início marca o começo daquilo que promete ser uma saga em grande, mas será que o filme vale mesmo a pena? 

O enredo segue uma babysitter (Katy Maguire) que toma conta de duas crianças. O rapaz recebe uma cassete VHS no seu saco de doces de Halloween que decidem ver juntos. Descobrem um palhaço único que parece estar numa onda de assassinatos. O que rapidamente se apercebem é que o palhaço passa de ficção a realidade, à medida que o filme evolui.

O formato de antologia em que nos é apresentado já não é novidade e podemos ver o mesmo em Books of Blood ou V/H/S, apenas para nomear alguns semelhantes. E Terrifier está longe de ser uma obra-prima, contudo, há pequenas marcas de género que não podem ser ignoradas.

Slashers há às dezenas e muitos deles são apenas cópias de Michael, Jason ou Leatherface com apenas uma vaga quantidade de personalidade adicionada. Não é o caso de Art. Embora partilhe o sadismo de Freddy e o modo como brinca com as suas vítimas, continua a ser o seu próprio vilão.

Na verdade, Art é a principal razão para ver Terrifier. As personagens não são nada de especial, as performances não são fantásticas, o enredo é muito genérico e o segundo segmento da cassete está totalmente deslocado. Há alguns momentos em que há uma tentativa decente de fazer com que o público se ligue às personagens. Um exemplo é quando Sarah está a tentar tranquilizar Tia no seu quarto, mas ninguém é particularmente interessante.

O ponto mais forte do filme, para além da sua mímica maníaca, é a atmosfera, ajudada pelo facto de ser frequentemente sublinhada por uma banda sonora sinistra, cortesia da Noir Deco. Mesmo quando nada de assustador está a acontecer, há sempre o medo de que algo está prestes a acontecer.

Para além disto, o terceiro segmento, a curta-metragem original Terrifier também se destacou. É aqui que temos pela primeira vez a oportunidade de ver Art em toda a sua glória vil e sádica. Aqui, persegue uma jovem que teve a infelicidade de testemunhar um dos seus assassínios, mutilando e matando todos os outros que encontra pela frente antes de a cortar em pedaços.

O final do filme é absolutamente assombroso, quando Art deixa Sarah com uma surpresa horrível no quarto das crianças. Este filme cimenta o vil palhaço como um dos assassinos mais maléficos desde Freddy Krueger. Muitas tentativas de lançar o próximo ícone do terror falharam, mas se há alguém que merece esse título, é Art.

Se não quisermos pensar que se trata de um filme de terror piroso e de baixo orçamento, com algumas tolices à mistura, não vamos gostar. No entanto, se procuramos algo retorcido, demoníaco e, por vezes, simplesmente doentio – este filme fará as delícias de fãs de terror.

O filme está disponível na FilmTwist!

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