Já falámos aqui anteriormente dos três primeiros filmes da saga Terrifier, que veio a introduzir e solidificar Art the Clown como o novo ícone do terror. Passamos por uma antologia negra, sem grande história, a dois filmes cheios de gore, com uma história mais sólida. Terrifier 3 veio adicionar ainda mais a este universo criado por Damien Leone, que leva o terror e o gore a um extremo nunca antes visto.
Após ser decapitado por Sienna Shaw, o corpo sem cabeça de Art, mata um polícia que responde ao incidente, dirigindo-se em seguida ao asilo – onde a sobrevivente Victoria Heyes, agora possuída pela Pequena Rapariga Pálida, acaba de dar à luz a sua cabeça. Matam uma enfermeira e um guarda antes de fugirem para uma casa abandonada. Victoria esmaga a cara no espelho da casa de banho e usa um caco de vidro partido para cortar os pulsos, entrando em hibernação numa banheira, enquanto Art se senta numa cadeira de baloiço no sótão; os dois ficam adormecidos.
Cinco anos depois, Sienna recebe alta de um centro de saúde mental para ficar com a tia Jess, que vive com o marido Greg e a filha Gabbie, que idolatra Sienna, mas não tem conhecimento dos acontecimentos que ela sofreu. Art e Victoria são acordados do seu sono quando dois trabalhadores da demolição se deparam com eles na casa. Art inicia um novo ciclo de matança vestido de Pai Natal, voltando para aterrorizar Sienna.
A maior queixa relativamente a este filme, foi o facto de o Art não ter tido tanta piada como no segundo filme. Sim, ele tem alguns momentos fantásticos neste filme, especialmente o que faz constantemente a uma personagem no clímax do filme, apesar da seriedade e intensidade da cena. A experiência de David Howard Thornton com a mímica ainda é visível neste filme, e acho que ninguém poderia fazer melhor a personagem. Ainda assim, foi um filme demasiado sério e não foi capaz de equilibrar a arte acrobática do humor com o horror tão bem como o anterior. Houve alguns momentos de humor, mas a maioria deles, na segunda metade do filme, não funcionou devido à sua natureza demasiado sádica.
Terrifier 3 entrega tudo o que dele é esperado, pegando em tudo o que o segundo filme fez bem e fazendo ainda melhor. O segundo filme pareceu um pouco longo demais, com 138 minutos, e o tempo de duração ligeiramente mais curto de Terrifier 3 ajudou imenso ao ritmo da história. É um filme exagerado, violento, sem grande sentido narrativo, mas que acaba por cumprir tudo o que promete.
É um bom filme para os amantes de hiperviolência. Mas não é definitivamente para toda a gente. E se quiserem vê-lo apenas por curiosidade mórbida, se o segundo filme foi demais, devem definitivamente evitar este.