Uma Torre Negra que liga vários mundos está agora a tentar ser derrubada por um feiticeiro de negro mas protegida por um Pistoleiro, mas a chave para impedir as trevas de entrarem, é o poder da mente de uma criança especial.
Na minha lista de filmes que vão sair brevemente, The Dark Tower era um dos que queria ver por uma simples razão: é baseado nas obras de Stephen King. Ainda me estou a habituar à imaginação deste senhor mas cada vez que vejo e leio mais coisas dele, mais gosto. Até o próprio autor diz que nunca imaginou isto como um filme porque a história é muito complexa e longa, disse numa entrevista.
Well, certo, se calhar não é a pior adaptação de sempre dos seus livros, mas não se pode dizer que seja a melhor de todas, e acreditem que o que não falta ao escritor são filmes inspirados nas suas obras, desde The Shinning, Misery, Carrie, The Shawshank Redemption, entre outras. E ainda está para vir mais uma este mês, oIT, que é a esperança para corrigir os males desta summer season de filmes que muito prometeram e pouco nos deram.
A história centra-se à volta da Torre Negra e em como o vilão deste filme, Walter O’Dim, ou The Man in Black, interpretado pelo vencedor do Óscar, Matthew McConaughey, se esforça para a destruir com o poder da mente das crianças. Mas o que acontece num mundo, acontece noutro porque a Torre é o centro de vários mundos, ligados entre si. E se o impacto das tentativas de destruição da Torre se sentem no Mundo Médio (onde a sede de Walter fica), os outros mundos também tremem.
Jake Chambers (Tom Taylor) é um miúdo que perdeu recentemente o pai e cuja mãe e padrasto acham que ele tem um trauma, tendo em conta os inúmeros pesadelos que ele têm mas que na verdade são visões. Com o seu jeito para desenhar, foi pintando a Torre, o Man in Black, a combinação 19-19 e algo que nunca tinha sonhado com até à data: Roland Deschain e o seu pai, a recitar o “mantra”, por assim dizer, dos Gunslinger, ou por outras palavras, dos Pistoleiros, até que o feiticeiro de preto consegue entrar na cabeça do pai de Roland e matá-lo. Jake sabe que não é maluco e tem razão, ele é mais do que isso: é a chave para destruir a Torre graças ao poder da sua mente, ao seu Shine.
“I do not aim with my hand. He who aims with his hand has forgotten the face of his father. I aim with my eye. I do not shoot with my hand. He who shoots with his hand has forgotten the face of his father. I shoot with my mind. I do not kill with my gun. He who kills with his gun has forgotten the face of his father. I kill with my heart.”
Viajando de mundo para mundo, do Médio para Keystone Earth, vamos vendo a relação que Jake e Roland criam (e são mais parecidos do que pensam) mas também vemos Roland, último da linhagem dos Pistoleiros e defensor da Torre, a recompor-se depois de perder o pai, graças ao seu novo protegido. ” Darkness is your weapon, guns are mine.”, diz o Gunslinger a meio do filme. Já a arma de Walter é andar a sussurar nas mentes das pessoas feito creepy.
Este foi um filme ingrato em muitos aspectos: Stephen King tem uma imaginação brutal, e consegue-se perceber isso enquanto se vê o filme mas o facto de ser muito pouco explorado devido ao facto de ter uma história complexa, faz com que o filme não se torne espectacular. Também Idris Elba, que merece estar em outros filmes, sofre porque tem uma personagem com tanto potencial e que mal é explorada mas ainda assim, consegue transmitir as principais mensagens da sua personagem: protecção e vingança. E atenção, que todas as cenas do Idris neste filme é muito à Matrix, seja em acertar em toda a gente à primeira, ao carregar as balas e ao executar movimentos em câmara lenta enquanto dispara.
Já McConaughey, para um vencedor de Óscar, peca por deixar muito aquém o vilão que o Man in Black podia ser. Para os dois actores de peso que tem, era um filme que podia ter tido outra interpretação e ficou para trás. Além disso, toda a história tem a torre no centro mas curiosiamente, é o que menos se explora no filme.
Também pouco ou nada reparei na banda sonora, muito sinceramente. Não acrescentou propriamente nada à narrativa. Porém, consegui ficar muito inclinada para ir ler os oito livros desta saga.
Eu fui com a minha amiga Daniela e felizmente, ela partilha da mesma opinião que eu. Ela refere-se ao filme como engraçado mas cliché e ainda acredita que foi pouco explorado. Mas que os actores eram fixes. Conclusão: não gastámos dinheiro à toa mas também não saímos estufectadas do cinema com o que tinhamos acabado de ver. Deu para passar o serão.
Título: The Dark Tower
Realizador: Nikolaj Arcel
Argumento: Akiva Goldsman e Jeff Pinkner
Com: Idris Elba, Matthew McConaughey, Tom Taylor
Género: Ação, Aventura, Fantasia
Duração: 95 min