Solo: A Star Wars Story (Han Solo: Uma História de Star Wars) é o novo spin-off da saga de Star Wars e mostra-nos um pouco do passado de uma das personagens mais queridas do público da trilogia original, Han Solo.
Apenas cinco meses depois d’ “Os Últimos Jedi”, surge-nos agora o segundo spin-off da saga. Solo: A Star Wars Story foca-se nas origens do – permitam-me que o diga – melhor piloto da galáxia e contrabandista Han Solo. A narrativa não tem nada de impressionante, porém.
Acompanhamos Han a sair das ruas onde cresceu e fazia os seus golpes, passando por se juntar ao Império, até, por fim, fazer parte da equipa de Tobias Beckett, Val (Thandie Newton) e Rio (Jon Favreau) para um grande golpe juntamente com Chewbacca (sendo aqui que começou a bela história de amizade entre o Wookie e o “ladrão”).
Esta equipa de contrabandistas é contratada por Dryden para roubar coaxium, um tipo de combustível poderoso usado nas naves – que é muito instável para quem o queira roubar com algumas complicações pelo meio, como é o caso. O objetivo de Han com este trabalho é apenas um: arranjar dinheiro suficiente para comprar uma nave e voltar ao planeta de onde tinha fugido para resgatar Q’ira, a sua amada (antes de haver uma Leia a preencher o seu coração).
É nostálgico voltar a ver um Han que tanto tem o coração mole perante a rapariga que ama, como está sempre pronto para se meter em sarilhos. Alden Ehrenreich (“Blue Jasmine”, “Hail, Caesar!”) tinha uma grande responsabilidade em mãos porque interpretar esta personagem com Harrison Ford como antecessor não é para todos. Mas Alden esteve à altura, trazendo-nos o Han e todas as suas características de uma forma mais subtil mas sem perder a essência do que já estamos habituados. (A título de curiosidade, H. Ford elogiou o trabalho do ator que o sucedeu!)
Ficamos contentes por rever o nosso Wookie preferido, desta vez interpretado por Joonas Suotamo, mas a nossa curiosidade recai sobre Donald Glover e o seu Lando Calrissian. Ex-dono da Millennium Falcon, é uma personagem também já conhecida por todos, outrora interpretada por Billy Dee Williams (sendo a sua primeira aparição no Episódio V: O Império Contra-Ataca).
Sentimos uma diferença entre o Chewie de Joonas e o de Peter Mayhew, porém a relação construída com Han ajuda a perceber como é que os dois se tornaram tão bons amigos. No que toca a Glover, ele foca bem a arrogância de Lando, apesar de a personagem dele ficar muito aquém do que era suposto (e a culpa não é de todo do ator).
Já Paul Bettany sofre do mesmo pecado com o vilão Dryden Vos que tinha tudo para ser mais interessante do que realmente foi. Mas as poucas aparições e o guião não ajudaram a exaltar o potencial que a personagem poderia ter. Por outro, temos Emilia Clarke que nos traz uma Q’ira forte e segura de si mesma (e com uns movimentos de luta impressionantes), mostrando que Han realmente tem um género de mulheres que, maioritariamente, o tendem a subestimar, apesar de Leia ser muito mais assertiva no que toca a não receber ordens facilmente. E claro, Q’ira cede muito mais facilmente aos encantos de Han.
Woody Harrelson traz-nos um Tobias que tem muita tendência para roubar, sem intenção, as atenções de Han Solo. Mas acaba por fornecer um equilíbrio entre as duas personagens quando se encontram os dois em cena, tendo em conta que Beckett é considerado um “mentor” para Han.
No que toca aos efeitos visuais, que costuma ser uma das partes técnicas mais elogiadas da saga, conseguiram-se manter fiéis ao que já foi feito. Dá-nos o que já estamos habituados mas com um grande problema. Sentimos que no meio de toda a ação, perseguições de naves, embates bruscos no meio da galáxia e lutas, não temos um único momento de climax porque não só a narrativa não dá para isso, como quando poderia dar, não houve espaço para isso. Passadas duas horas sentimos que estamos iguais a como estávamos quando entrámos para o filme. Porque não temos ali nada que nos entusiasme ao ponto de soltarmos interjeições de espanto ou felicidade.
Mas confesso que há sempre um sorrisinho que se esboça a ouvir a banda sonora, especialmente em músicas características da saga.
Apesar de não nos satisfazer totalmente, até porque os fãs já estavam preparados e preocupados com o resultado do filme aquando a demissão dos diretores Phil Lord e Christopher Miller para a contratação de Ron Howard, apesar de sabermos que este iria tornar os desejos da Disney realidade, o filme promete entreter aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre o passado de Han Solo e para quem faz questão de ver os filmes ligados a Star Wars.
Se Solo: A Star Wars Story se vai safar no meio dos lobos com quem compete atualmente (Deadpool 2 e Avengers: Infinity War)? Não sabemos mas Han, como diz a meio do filme, tem um bom pressentimento.
Simplesmente parece que com a Marvel, o esforço feito está a surtir mais efeito do que com a LucasFilm, mesmo com os três filmes da saga que já saíram sobre a alçada da Disney.