24 anos depois, os gladiadores estão de volta à arena do Coliseu e dos grandes ecrãs, com Gladiator II a estrear já esta semana nos cinemas, sendo um dos filmes mais aguardados deste ano!
E vou já ser o mais honesta possível: que grande filme!
Antes que perguntem, é preciso verem o Gladiator, nem que seja pelo propósito que dá a este filme. E já que estamos na base da honestidade, provavelmente muitos vão dizer que o primeiro é que é bom e que este serve apenas para ser um blockbuster.
E a mim, isso pouco me importa porque desde há muito tempo que não me sentia tão entretida como me senti neste filme. E atenção, eu gosto muito do Gladiator (2000), aquela banda sonora terá sempre um lugar especial no meu coração e até consegue ser um filme que vemos nos dias hoje e dizemos aquela mítica frase do “envelheceu bem”.
Mas com este Gladiator II, é quase como uma redenção de Ridley Scott depois da enchente de críticas a Napoleão. Ele sabe muito bem o que quer trazer para os grandes ecrãs com esta sequela que para mim, é melhor que o filme original, mas claro que o original será sempre especial e nada lhe tira isso.
É melhor para mim pelo espetáculo visual que Scott nos trouxe, é melhor para mim porque consegue ter a mesma garra que o primeiro e trazer-lhe um motivo maior e é melhor para mim porque conseguiu deixar-me altamente investida na história. E se era para mexer em equipa vencedora, que ao menos a história fosse boa (e esse era o meu maior medo, daí não ir com expetativas super altas). E é realmente boa.
Mas claro que embora a história seja boa (e ainda assim faltou-me contexto em algumas coisas) nem que seja por ser daqueles casos de que nem sabíamos que queríamos ver a história de Lucius até ver e ficarmos a torcer por ele.
Já referi que o visual é fortíssimo e em termos de coreografia está muito bem feito, e a banda sonora conquista-nos ao trazer notas que tão bem conhecemos da original mas dando-lhe um toque para se adequar ao filme que estamos a ver no momento, assim como o trabalho de som que nos faz mexer na cadeira por diversas vezes de tão imponente que está. A cinematografia também está no ponto e todo o trabalho de cenários, figurinos, maquilhagem… o realismo que trazem é só incrível.
Falando na representação, que leque de atores! Paul Mescal é sem dúvida avassalador. Eu conheci o trabalho do Paul através da série Normal People e para mim ele já tinha mostrado todo o seu talento aí, até o ver neste filme. Juro, que trabalho físico que ele teve de ter para este papel sem nunca perder a emoção da representação. Maravilhoso simplesmente e espero que, pelo menos, a Academia o nomeie (é praticamente certo, eu sei, mas nunca confiando).
Pedro Pascal entrega mais uma vez um trabalho fantástico, embora achasse que o destaque dele fosse maior. E se falo de Pedro tenho de falar do seu parceiro em Fantastic Four, Joseph Quinn, que aqui interpreta o Imperador Geta, que faz um arrepio subir pela espinha a par e passo de Fred Hechinger, que interpreta o seu irmão gémeo, o Imperador Caracalla. Os dois juntos fazem-nos rir ao mesmo tempo que nos tiram do sério. Já Connie Nielsen mantém todo o seu esplendor após 24 anos com Lucilla.
E Denzel Washington a regressar em grande para um papel em que nos entrega comédia, drama, esquemas e astúcia. Tenho pena que não tenhamos grande contexto da personagem dele mas acho que ele vai receber a sua nomeação por parte da Academia como Ator Secundário e, quem sabe, não levará mesmo a estatueta para casa (e seria merecida).
Em suma, sim, Gladiator foi incrível e a própria pontuação no Imdb o prova, com as suas 8.5 em 10 estrelas mas 9 estrelas da minha parte. Mas a sequela é igualmente maravilhosa e, embora para mim, consiga ser melhor em termos de entretenimento (porque a própria experiência em IMAX também assim o permitiu), vou dar-lhe a mesma nota que dei o original porque não teria sido tão bom este filme se o seu predecessor não tivesse sido já tão bom por si só.
Gladiator II chega dia 14 de novembro às salas de cinema.