The Batman é, sem sombra de dúvida, uma das estreias mais aguardadas deste início de ano. Muitas foram as dúvidas em relação a este novo filme do morcego vigilante, em especial a relação a Robert Pattinson, mas não desiludiu em nada.
Esta crítica é SEM SPOILERS
Depois de termos visto um Joker a conquistar as bilheteiras, ter este novo Batman pode ter gerado reticência a par e passo que gerou entusiasmo à medida que os trailers e posters iam sendo lançados. Com toda a confiança em Pattinson como The Batman, Matt Reeves entrega-nos aqui um filme cheio de ação e mistério, com muitas inspirações bem visíveis de Se7en e Mindhunter de David Fincher.
Apesar da sua duração de 3 horas que pode aborrecer muitos, The Batman consegue manter um bom ritmo do início ao fim e com um bom equilíbrio de narrativa. Nada é exagerado, nada é aborrecido e quando muito, dá-nos mais vontade de ver o desfecho final no que toca a todo o mistério que envolve a personagem do Riddler. E é muito eclético no sentido em que temos drama, ação, mistério e crime num só filme.
O filme para além de ter aguentado bem o argumento, é visualmente lindíssimo. Poderíamos pensar que ter um filme passado maioritariamente de noite (com chuva torrencial em muitos dos momentos) nos pudesse fazer confusão, mas acho que para a personagem que é não faria sentido de outra forma. Para além de que, para os fãs dos comics, muito provavelmente se vão identificar mais com esta versão mais dark, mais neo noir do Batman, porque já é o esperado há muito de um filme da DC e da Warner Bros, depois de tudo o que aconteceu com The Justice League, por exemplo.
Se existia alguém com desconfiança em relação a Pattinson como o novo Batman, posso já terminar com as dúvidas todas dizendo que a interpretação dele vai para além das expetativas de quem confiou que ele iria levar esta personagem a bom porto, especialmente depois de tantas representações que já existem do morcego vigilante. O ator entregou-se mesmo de alma e corpo a esta personagem e embora todos tenham o seu Batman preferido, este pode facilmente tornar-se o novo favorito de muitas pessoas!
Como Bruce Wayne, certamente que há alguns pontos a trabalhar, mas se formos a ver bem, é um Bruce Wayne mais jovem, ainda muito imaturo e os seus anos como Batman não são assim tantos. Da maneira como a história se desenvolve, não me fez confusão o pouco que tivemos de Bruce e a maneira como Robert o interpretou, mas certamente que no futuro teremos uma evolução que se note mais, à luz dos acontecimentos deste filme.
Quem também me surpreendeu foi Zöe Kravitz como Catwoman porque conseguiram trazer esta personagem com uma história diferente e emocionante e todos os momentos que ela tem com o Batman são equilibrados, sem puxar muito para o romance. Está tudo na dose certa.
Um dos meus aplausos vai para a caraterização de Colin Farrell como Penguin. Ele podia ter ficado irreconhecível e parecer na mesma que era maquilhagem mas, neste caso, está tudo tão bem feito que poderia ser mesmo a cara dele. Confesso que tive receio que com a chuva a maquilhagem desse de si, mas ficou impecável! Para além da caraterização, a personagem de Oz já teve uma boa introdução neste filme e acredito que, caso haja sequelas, que têm a base bem construída para aprofundá-la a fundo.
Não nos podemos esquecer do Riddler, que faz um trabalho fantástico a prender-nos a atenção no filme todo e fazendo com que, como já referi acima, estejamos todos à espera para ver qual será o desfecho desta história.
É certo que muitos terão a trilogia do Nolan na mente quando forem ver este filme e comparações serão inevitáveis. Mas deixem tudo o que já viram antes em casa e aproveitem só estas três horas do filme, deixem-se imergir na escuridão do filme, no universo do Batman.