A Week Away estreou em março na Netflix e leva-nos até uma colónia de férias cristã onde qualquer coincidência com o estilo de Camp Rock é mera coincidência. Ou então não.
Tudo começa com um rapaz órfão, Will, que só se mete em sarilhos, até que é confrontado com a hipótese de ir parar ao reformatório. A salvação dele? Ir para uma colónia de férias, que mais tarde vem a descobrir que é cristã, passar uma semana longe de problemas. A promessa deste lugar? Uma semana muda a tua vida.
E não é que mudou mesmo logo que ele olhou para Avery? Foi literalmente amor à primeira vista, mas claro, com as típicas “mentiras” para impressionar a rapariga. No meio de peripécias, atividades, competições e cantorias, e também um lado mais emocional em que o luto é diversas vezes mencionado através dos dois protagonistas, temos Ageeaway (nome carinhosamente colocado na tshirt do dono da colónia, o pai de Avery).
Eu estava bastante curiosa com o filme porque não consigo resistir a filmes musicais, mesmo sabendo que me podia arrepender do tempo a ver o mesmo. Mas o filme ficou bem abaixo das minhas expetativas porque acabou por cair no cliché, mesmo que apoiado na questão toda da fé, porque só cada um sabe a sua e o que sente em relação à mesma.
Quando eu digo que caiu no cliché foi na fórmula que já começou a ficar cansada depois de 2005, por aí. Sempre a mesma história de amor, sempre os mesmos conflitos de adolescentes, sempre as mesmas “mentirinhas inocentes”… É tudo igual. Eu sentia-me a ver um High School Musical, misturado com um Camp Rock, misturado com… nem sei bem!
E ainda pior do que isso, e o que realmente me desiludiu, foram as músicas. Tirando a “Place in This World”, que está presente no trailer, e a última que surge no filme (que mesmo assim nem chegou onde queria), nenhuma me ficou na cabeça, nenhuma me fez ir ao Spotify pôr play e ouvir em loop e honestamente, enquanto ouvia as músicas, senti muito que a letra foi escrita como um texto normal que depois meteram a melodia e já está, música para um filme. Não adorei.
Aliás, há uma música que é muito forte no momento em que decorre, mas que acaba por se perder no cliché porque embora perceba as reacções, são muito forçadas.
Quanto aos atores, gostei muito de voltar a ver a Bailee Madison depois de a ter visto há muitos anos como a irmã mais nova dos feiticeiros de Waverly Place e fiquei até surpreendida com o Kevin Quinn, porque é mesmo um Zac Efron 2.0 e, se quiser continuar a fazer filmes musicais, têm todo o potencial lá para isso.
Tinha resultado muito bem se fosse mais pela questão da fé que move montanhas, na fé que muda as pessoas e pelas situações em si: pela luta interna das saudades que os dois protagonistas têm dos seus pais (no caso dele) e da sua mãe (no caso dela).
Se fosse outro tipo de filme, tinha muito potencial para estar no top 10 da Netflix desta semana. Contudo, caiu mesmo por terra e a minha fé nele foi-se. É pena, porque podia ser tanto mas tropeçou no que já se fez imenso anteriormente. Apesar disto, não posso dizer que o tempo do filme não passou rápido, porque passou, por isso se queres ver um filme leve para fugir aos problemas do dia, então A Week Away poderá ser o ideal.