A quarta temporada de The Crown chega já dia 15 de novembro à Netflix para continuar a explorar novos acontecimentos relacionados com a família real. É uma temporada cujos episódios valem totalmente a pena ver de seguida num belo binge watch.
The Crown tem surpreendido pela qualidade e pela excelência de casting e, por isso mesmo, o regresso da família real para a quarta temporada já era muito antecipado e desejado, especialmente após sabermos que a mesma iria incluir duas personalidades que fizeram parte deste percurso entre 1970 e 1990: Margaret Thatcher e a princesa Diana.
Tem sido um caminho interessante ficar a conhecer a fundo a história da família real e sem dúvida que esta série está no meu top de favoritas, sendo que na próxima temporada vamos assistir a mais uma mudança de atores para marcar a evolução dos anos.
A única maneira que eu tenho de descrever a quarta temporada é dizer que é realmente intensa. Em 10 episódios, exploramos a década de 1980 inteira, começando então pela chegada de Margaret Thatcher ao lugar de Primeira Ministra. É certo que esta ministra ficou conhecida por ser a Dama de Ferro, especialmente devido às medidas económicas que implementou para tirar o Reino Unido da crise em que se encontrava.
A escolhida para este papel foi Gillian Anderson que, depois de termos visto Meryl Streep no papel em The Iron Lady, posso afirmar com certeza que Gillian, sendo uma atriz de peso, conseguiu superar todas as expectativas visto que nota-se que estou bem a personalidade ao ponto da maneira como falava, de como andava e inclusivé as expressões.
The Crown prova mais uma vez que é excelente no trabalho de casting, tal como os atores são fenomenais a adaptarem-se às pessoas que estão a interpretar. Acho que nunca vai ser demais eu dizer isto sobre esta série e se possível, o mesmo elogio estará presente na crítica à 5ª temporada.
É muito interessante perceber a ligação que Thatcher e a rainha vão tendo, sendo que nesta altura estavam duas mulheres ao poder, e com muito para lidar. Neste caso, ainda mais interessante foi ver a dinâmica Gillian-Olivia que correu super bem.
A par e passo, temos a introdução de um novo/futuro membro real: a princesa Diana. Desde o momento em que Lady Diana e o príncipe Charles se conhecem até que acontece o tão esperado casamento pelo povo, há montes de coisas que vamos descobrindo sobre cada um.
Não consegui tirar os olhos de Emma Corrin e das semelhanças que a mesma tem com Diana e nota-se que houve uma preparação dela para interpretar uma pessoa que era tão querida do povo, o que se torna por si só uma enorme responsabilidade. Agarrou-se bem ao papel e levou-nos com ela para o detrás das cortinas para que conheçamos Diana melhor e ao mesmo tempo a sua evolução de uma rapariga super nova que vai entrar para a realeza para a mulher que se vai tornando com os anos e situações.
Embora tenhamos tido momentos com os restantes filhos da rainha, nomeadamente Andrew e Edward (porque Anne até vai aparecendo bem mais), o foco nesta temporada é mesmo o príncipe Charles, interpretado por Josh O’Connor e, tal como não conseguia tirar os olhos de Emma, também não conseguia desviar o olhar da interpretação de Josh nesta temporada e como estes dois atores resultaram muito bem em ecrã.
E claro, nesta temporada podemos ver mais do lado da família real na Escócia, no castelo Balmoral, mas houve outros acontecimentos destacados como a morte do Lord Mountbatten, entre outros. Houve inclusive um episódio interessante que, embora envolva a família real, dá-nos um outro lado: o do povo e dos que naquele momento sofrem com as medidas implementadas durante o thatcherismo.
Gostaria de destacar o brilhante trabalho dos figurinos que, em mais uma temporada, brilhante, assim como todo o cenário envolvente que, se formos pesquisar e ver entrevistas, conseguimos perceber o detalhe dado a tudo, assim como à banda sonora que continua de excelência e a acompanhar de forma perfeita todos os acontecimentos.
Sendo que foi a última temporada que tivemos Olivia Colman, Tobias Menzies e Helena Bonham-Carter, mantenho o que disse na crítica à terceira temporada de que foram fantásticos mais uma vez. Embora a série nos mostre muito da rainha, esta temporada não foi tão focada na mesma mas sim em tudo o que estava a acontecer ao seu redor na altura e embora Helena não tenha aparecido tanto nesta temporada, gostei muito que ela tivesse um episódio com muito destaque e espero que ela consiga o Emmy ou o Golden Globe de Melhor Atriz Secundária porque já merece.
Como referi no início deste texto, é uma temporada que vale bastante a pena ver porque a qualidade está lá e a história é a que já conhecemos e que agora é aprofundada. A temporada termina numa altura curiosa e quero muito perceber quais são os acontecimentos que vão escolher na próxima temporada mas digo aqui que fiquei com vontade de ir ver os documentários que estão na Netflix, especialmente o Diana: In Her Own Words.