Todos os filmes do franchise Saw são aqueles em que entramos com as expectativas mais baixas e, mesmo assim, houve casos de desilusão total (pensemos em Saw 3D ou Jigsaw). Mas agora, quase pela primeira vez desde Saw II em 2005, há finalmente um “bom” filme de Saw. Sim, de facto bom.
Quando entrei na sala já tinha uma pequena ideia do que me esperava. Gore, violência, gritos durante 90 minutos. E à luz do que foram os últimos filmes da saga, não estaria muito longe da verdade. Ver Saw X foi uma lufada de ar fresco na franquia.
A história situa-se entre os eventos de SAW I e II e John Kramer (Tobin Bell), doente e desesperado, viaja para o México para um procedimento médico arriscado e experimental na esperança de uma cura milagrosa. Depressa descobre que toda a operação é um esquema para defraudar os mais vulneráveis. Armado com um novo objetivo, John regressa ao seu trabalho, dando a volta aos vigaristas da sua forma visceral e caraterística através de uma série de armadilhas engenhosas, aterradoras e (quem diria?) mortais.
Saw X tem duas coisas muito importantes que o fazem funcionar tão bem. A primeira é que agora temos um filme em que John Kramer é finalmente o personagem principal. Em vez de termos de o conhecer através das suas vítimas, como foi o caso nos outros 8 filmes em que participou, ficamos finalmente a conhecer John Kramer através de John Kramer.
O segundo é o facto de estarmos finalmente do lado de John, essencialmente a torcer por um assassino em série, porque os “jogadores” deste filme são escritos para serem algumas das pessoas mais repugnantemente nojentas da Terra.
Outra coisa importante sobre Saw X é o facto de assinalar o regresso de Tobin Bell e Shawnee Smith à franquia. Este filme é também mais longo em comparação com os outros 9 filmes (todos com uma média de 90), e tem um ritmo muito mais lento; o que funciona muito bem. Os jogos são decentes, a violência quase nos faz querer tapar os olhos (o que na língua de Saw significa que é boa) e também temos alguns easter eggs que não passam despercebidos.
Voltamos a ter um plot confiável, com um volteface ou dois bastante característicos, e a essência de um filme Saw bem presente. Kevin Greutert também se mantém à frente da realização de Saw desde Saw VI (seguindo-se Saw 3D), e faria sentido trazê-lo para esta «prequela».
O filme foi surpreendentemente bom e, honestamente, gostei mais do que pensava. Se tens estado a acompanhar os filmes Saw, vai definitivamente vê-lo nos cinemas!