Heartstopper regressa para a sua segunda temporada, depois de uma primeira temporada que aqueceu o coração e onde fomos vendo a descoberta da sexualidade por parte de Nick e o desenvolvimento da relação dele com Charlie.
Na altura em que vi a primeira temporada de Heartstopper, estava em casa com COVID e foi simplesmente uma lufada de ar fresco e uma série super aconchegante que me fez esquecer a febre que tinha. Os personagens principais, por serem ainda tão novos nesta descoberta não só da sua sexualidade como também das adversidades que há numa amizade e numa relação (especialmente quando é um segredo), tornam a história super interessante e acabamos a primeira temporada a querer ver mais. Felizmente, revi a temporada novamente recentemente e deixou-me com o mesmo sentimento de quando a vi pela primeira vez (mas desta vez sem o bicho presente, claro).
Esta segunda temporada é sem dúvida mais madura. Não só temos a linha narrativa da dupla Nick e Charlie, que não deixam de ser os nossos protagonistas, como também temos as várias histórias de outras personagens que compõem o grupo de amigos de ambos: do Tao, da Elle, do Isaac, da Tara, da Darcy e ainda da Imogen. Não nos podemos esquecer que, acima de tudo, estamos a ver uma série com adolescentes que não só estão a viver os anos em que estão a ter as primeiras relações, como também estão a descobrir quem são e o que querem ser.
Toda a temporada está muito bem construída no que toca ao argumento, sem nunca exagerar, tocando nos temas importantes de uma forma simples e claro, tendo os seus momentos de fofura como a primeira temporada já nos habituou, deixando-nos altamente viciados e a querer ver tudo de seguida (sim, fiz binge watching; e sim, já quero rever a 2ª temporada assim que possível!), muito graças também á maneira como Alice Oseman construiu estas personagens na novela gráfica.
E claro, ter aqui a viagem a Paris, presente no terceiro volume, e sendo a cidade do Amor, ajudou ainda mais a ficarmos envolvidos nas aventuras deste grupo de amigos pela cidade!
Quero destacar duas componentes técnicas que já foram um destaque na 1ª temporada. A primeira delas é a banda sonora que está super alinhada com todas as cenas, trazendo ainda mais à tona as emoções que advém das mesmas, e colocando-nos no mesmo mood que as personagens, ou pelo menos, a sentir o mesmo que elas. A outra coisa é relativamente aos grafismos que vêm da novela gráfica e que vão surgindo aqui, ajudando muito na percepção dos sentimentos dos personagens para além da representação corporal deles.
Embora ache que todo o elenco esteja maravilhoso nesta segunda temporada e com narrativas interessantes, preciso de destacar a grande representação do Kit Connor, que para mim superou as expetativas. Sendo um ator adolescente, a componente emocional e a entrega dele a esta personagem é maravilhosa de se ver. Ainda para mais que o desenvolvimento da sua história envolve muito a questão de se assumir como bissexual para as outras pessoas, o que torna ainda mais importante ter aqui esta entrega emocional. Sem dúvida um ator muito promissor e estou muito curiosa para ver o que o futuro lhe reserva.
Resumidamente, porque a ideia não é dar spoilers, aproveitem o fim de semana para se deixarem embalar com esta maravilha e aconchego de série. A segunda temporada termina em nota alta, mas sinto que havia muito mais para desenvolver o que me faz querer uma terceira temporada para ontem!