The King’s Man é um filme de ação dirigido por Matthew Vaughn a partir de um roteiro de Vaughn e Karl Gajdusek, que acompanha uma história de Vaughn. Com um histórico bem conhecido, o filme vem na sequência dos filmes Kingsman: The Secret Service (2014) e Kingsman: The Golden Circle (2017).
Mesmo apresentando um elenco de luxo, composto por Ralph Fiennes (que também faz parte dos produtores executivos do filme), Gemma Arterton, Rhys Ifans, Matthew Goode, Tom Hollander, Harris Dickinson, Daniel Brühl, Djimon Hounsou e Charles Dance, o filme torna-se confuso com a ocorrência de inúmeros momentos entre a Primeira Guerra Mundial e o nascimento da organização Kingsman.
O filme situa-nos em 1902, quando o aristocrata e duque de Oxford, Orlando, a sua mulher Emily e filho Conrad, visitam um campo de concentração na África do Sul durante a Guerra dos Bóeres, enquanto trabalhavam para a Cruz Vermelha. Contudo, Emily é morta por um franco-atirador que está no acampamento, o que faz com que Orlando, jure devotar-se ao pacifismo e determine que o mundo precisa de alguém para evitar esses conflitos antes que eles ocorram.
Doze anos depois, Orlando começa a suspeitar que existe uma força obscura apostada em conduzir o mundo ao abismo e recruta duas pessoas da sua confiança, Shola e Polly, para integrarem a rede de espionagem, que tem como propósito proteger o Reino Unido e o Império Britânico da iminente Grande Guerra. Conrad, ansioso por lutar, está proibido de se aliar ao protetor Orlando, que fala com o secretário de Guerra Herbert Kitchener, líder militar britânico, para garantir que Conrad não se aliste.
A partir daí começamos a ver uma mistura da ficção com a realidade: o General Kitchener (Charles Dance), inspirado no Conde Kitchener, Secretário de Estado durante a Primeira Guerra Mundial – que mantém uma amizade com o Duque, onde ambos tentam assumir assuntos políticos importantes por baixo dos panos. O filme conta, ainda, com os “super-vilões” conhecidas como Rasputin (Rhys Ifans), Erik Jan Hanussen (Daniel Brühl), Lenin (August Diehl) e Mata Hari (Valerie Pachner) – liderada por um homem misterioso (que só é revelado nos últimos minutos do filme!)
Tal como nas várias histórias que se referem ao “início”, o filme tem momentos mais lentos do que o normal, o que pode ser visto como um problema de ritmo. A primeira metade, em particular, demora mais tempo em avançar, porém a atenção aos detalhes históricos e os maravilhosos valores de produção acabam por compensar ligeiramente. Com uma fotografia e uma edição incrivelmente excelentes, a verdade é que este foi um filme que começou por ter tudo para dar certo, mas acabou por dar tudo errado. Ao princípio, avança com uma história coerente, mas quando esperávamos um maior desenvolvimento, os argumentos tornam-se incoerentes sobre o tema principal. É como se a mensagem se perdesse pelo meio, deixando uma sensação de que podia ter acontecido algo diferente e impactante, mas afinal é só mais um filme de ação.
Nos cinemas desde 22 de dezembro de 2021, The King’s Man: O Início, é um filme estranho, que ficou abaixo das expectativas. Este é um verdadeiro filme de ação, que tenta retratar o pacifismo e o colonialismo, porém tornou-se uma confusão de ideias, deixando inúmeras pontas soltas e um final em aberto.