A franquia John Wick sempre foi de ação exagerada, mais focado em deslumbrar com sequências de ação viscerais e coreografadas com perícia do que em tentar contar as histórias mais coerentes sobre assassinos cheios de estilo. John Wick: Chapter 4, do diretor Chad Stahelski não é exceção. E entrega-se em abundância nas marcas da franquia — armas de fogo elegantes, cães adoráveis, e um homem de negro à procura de vingança.
Esta sequela continua a história da busca de John Wick pela liberdade da High Table, uma organização misteriosa que governa o submundo. Pelo caminho, ele enfrenta novos inimigos e aliados, bem como velhos amigos. Aprendemos, também, mais sobre o passado de John Wick e a sua ligação a outras personagens.
Conhecemos novas personagens que vem dar uma lufada de ar fresco à franquia: Donnie Yen interpreta Caine, um colega assassino que partilha uma ligação com John Wick. Bill Skarsgård interpreta Marquês, uma figura misteriosa que tem laços com The High Table. Hiroyuki Sanada interpreta Shimazu, um líder impiedoso de um sindicato do crime japonês.
O filme no seu todo é um banquete para os fãs de ação, ao mostrar algumas das cenas de luta mais impressionantes e inventivas. De tiroteios a lutas de facas, de perseguições de carros a perseguições de cavalos, de Paris a Tóquio, John Wick 4 nunca deixa passar a adrenalina e a excitação. Keanu Reeves prova mais uma vez a sua dedicação e habilidade como estrela de ação, executando a maioria dos stunts e apresentando o seu humor de marca registada.
Contudo, o filme também sofre de algumas falhas que o impedem de ser uma obra-prima. O enredo é fraco e previsível, apoiando-se em tropas familiares como a traição, a vingança e a redenção. Com quase três horas de duração, sente-se por vezes sobrecarregado. Algumas cenas arrastam-se durante demasiado tempo ou sentem-se desnecessárias, há pontos da trama confusos ou subdesenvolvidos. Temos algumas personagens subutilizadas ou desperdiçadas. O filme também depende muito dos fãs e de referências a filmes anteriores, o que pode alienar os espetadores casuais.
No geral, John Wick: Chapter 4 é uma “conclusão” satisfatória para uma das melhores franquias de ação dos últimos anos. Proporciona mais do que os fãs adoram nesta série: sequências de ação espantosas, visuais incríveis, interpretações carismáticas. Também deixa espaço para mais histórias neste universo. É um filme que vale a pena ver no grande ecrã, e fecha com chave de ouro o caminho deste hitman interpretado por Keanu Reeves.
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