Entre as pausas do meu estudo, aproveito sempre para pôr uma série em dia. Hoje foi a vez de acabar de ver 13 Reasons Why, tendo em conta que já andava a molengar e já tinha amigos meus a dizer para eu acabar de ver.
Acho que ainda não consegui tirar o nó que se formou na minha garganta depois de ver o último episódio.
Para quem ainda não viu a série ou está à espera de um empurrão: força. Mas atenção, é uma série poderosa. Não no sentido literal, mas de uma maneira em que retrata alguns assuntos sensíveis, que se calhar são tabu para muitas pessoas e que, provavelmente, não são temas falados como se deveria. Mas a verdade é que são coisas que acontecem na realidade – o bullying, a violência sexual, o suícidio… e não só.
Inspirada no livro Thirteen Reasons Why de Jay Asher (2007) e realizada por Selena Gomez, a série conta-nos a história de uma rapariga, Hannah Baker (Katherine Langford), aluna no liceu Liberty High School, que comete suicído e deixa 13 cassetes, gravadas por ela, com os motivos pelos quais fez isso. A série inicia-se com Clay Jensen (Dylan Minnette) a receber a caixa com as cassetes e a perceber que muita coisa em relação a Hannah lhe passou ao lado. Mas o que ele ainda não sabia era que havia muita história para trás, nomeadamente, que havia em cada cassete um responsável pelo sucedido e as atitudes que essa pessoa teve que afectou a vida de Hannah.
“Espero que estejam prontos, porque vou contar-vos a história da minha vida. Mais especificamente, o porquê de ter acabado. E, se estás a ouvir isto, és uma das razões.”
- Para quem ainda não viu, a próxima parte contém spoilers.
Tal como no livro, a narrativa divide-se entre Hannah a contar a sua história através das cassetes e Clay a tentar perceber o que aconteceu mas existem algumas diferenças, sendo uma das principais a maneira como ela cometeu suícidio – por overdose e não com os pulsos cortados.
A personagem de Clay, sem dúvida, domina a série, conseguindo captar o espectador de uma maneira que conseguimos sentir a angústia dele ao ouvir toda a verdade sobre a rapariga que amava. Já Hannah representa uma rapariga com que facilmente nos conseguimos identificar e perceber os medos e a dor dela e especialmente, os motivos dela.
Mas a meio da série é dificil perceber quem sofre mais: Se Hannah Baker com tudo o que lhe fizeram, se Clay que mesmo estando inocente, sofre por todos os males e sente-se culpado por não a ter conseguido impedir.
Para mim, cada cassete fica melhor do que a anterior. Não vou estar a falar do que pensei à medida que ia vendo os episódios porque acho que ia sair um post com muita revolta mas sinto que acabei por ficar ao longo da temporada submersa na história, algumas vezes surpreendida, outras vezes chocada, com pena… foi um misto de emoções. E mais uma vez, a banda sonora ajudou muito na parte emocional da narrativa.
Para quem viu o último episódio, sabe que muita coisa ficou em aberto. O que é que vai acontecer a Bryce? A Jessica sempre contou ao pai o que lhe aconteceu? Para onde é que Justin vai? O que é que o Tyler vai fazer com aquelas armas todas? O Alex vai sobreviver? O que é que o Mr. Porter vai fazer com as cassetes? A Courtney vai finalmente assumir-se? A Sheri vai ser acusada de homícidio involuntário? O que é que os pais de Hannah vão fazer com os ficheiros áudio que Tony lhes deu? A quem é que Hannah deu o segundo set de cassetes?
A Netflix ouviu as nossas interrogações – a segunda temporada foi confirmada e sairá em 2018.
Antes de acabar este post, quero ainda dizer que tanto o Dylan como a Katherine estão fantásticos nas suas interpretações, mas é impossível não falar nos actores que representam ao lado deles e que estão igualmente de parabéns: Brandon Flynn (Justin), Alisha Boe (Jessica), Miles Heizer (Alex), Devin Druid (Tyler), Ajiona Alexus (Sheri), Michele Selene Ang (Courtney), Steven Silver (Marcus), Ross Butler (Zach), Tommy Dorfman (Ryan), Justin Prentice (Bryce) and Christian Navarro (Tony).