Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore (Monstros Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore) é um dos filmes mais aguardados de 2022 para todos os Potterheads do mundo. Depois de um segundo filme que não surpreendeu os fãs, poderá este ser o passo na direção certa para esta prequela?
Esta crítica não contém spoilers
É sempre uma mistura de sentimentos dar uma nota a um filme que faz parte de uma saga tão especial para mim. Por fazer parte do mundo de Harry Potter, o fator nostalgia e as expetativas do que esperamos ver na história de Fantastic Beasts acabam sempre por falar mais alto do que olhar para o filme de uma forma simplesmente crítica, sem nenhum background, como algo novo.
Depois de em 2018 termos tido Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald que, como já referi, não surpreendeu os fãs por ter falta de ritmo e por deixar muitas perguntas, a esperança dos fãs foi-se um bocado e o futuro estava tremido para o sucessor deste filme, especialmente depois de diversos obstáculos, sendo um deles a saída de Johnny Depp do papel de Gellert Grindelwald.
Contudo, a esperança começou a reacender-se com o anúncio de Mads Mikkelsen neste papel e com o trailer tão desejado acompanhado da data de estreia para abril (quando os filmes costumavam estrear em novembro). Posso com alegria dizer que apesar das minhas poucas expetativas, Os Segredos de Dumbledore traz uma luz ao fundo do túnel e dá um passo na direção certa, na direção que a saga precisa de seguir daqui para a frente. Afinal, não é tarde demais.
Começo por referir que fiquei super feliz com o facto de termos as criaturas mágicas que tanto adoramos mas também a introdução de novas criaturas que são deveras fascinantes e com uns efeitos visuais incríveis, onde se notam as inspirações de alguns animais da vida real que tão bem conhecemos mas com uma mística diferente que faz com que o envolvimento delas na história seja muito importante e essencial, a meu ver. Sem elas, muita da magia do filme não existia.
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Claro que não posso deixar de referir os atores que voltam aos seus papéis. Eddie Redmayne está como sempre incrível como Newt Scamander, com o carinho que tanto apreciamos pelas criaturas, com o seu lado cómico e sempre pronto a ajudar. Jude Law continua a fazer um excelente trabalho como Albus Dumbledore, sempre com o seu lado misterioso que tanto adoramos nesta personagem. Mas há mesmo que realçar Dan Fogler mais uma vez, porque é efetivamente o Muggle que traz muitos dos momentos cómicos para o filme e que tem uma dinâmica incrível com todas as personagens: seja com a sua Queenie, assim como com novas personagens como a professora Hicks e até com o próprio Dumbledore.
E acreditem quando vos digo: todos precisamos de um Jacob Kowalski na vida.
Por fim, referir o ator em que os fãs de certeza tiveram os olhos postos… O Mads. Eu fui muito fã do anúncio de que seria ele a substituir Depp porque, para além da aparência dele se assemelhar mais ao Grindelwald no que eu imagino da personagem, é também o vilão político que este filme necessitava e que não imaginava Depp a fazer. Atenção, eu adoro-o mas o Grindelwald dele era mais louco do que as motivações do mesmo, para além de que o visual simplesmente não encaixava.
Os meus principais mixed feelings vão para o ritmo do filme. Ora temos cenas muito demoradas, como temos outras que vão trazendo alguma ação a meio do filme que assim que começamos a gostar de ver, acabam super depressa. Já o final acabou por não trazer muita satisfação por ser tão “redondinho”. Não é necessariamente mau isto acontecer, porque fecha o filme de forma a que, se houver algum problema e não tenhamos mais nenhum, ficamos ok com o mesmo. Porém, ficou aquém do espetáculo que podia ser e que de certeza que os fãs queriam ver neste ato final, especialmente com toda a envolvência do Grindelwald e dos seus seguidores.
Apesar disto, é um filme que se vê muito bem e que, como já referi várias vezes, traz esperança para esta saga e para esta história e que nos deixa minimamente expectantes para a confirmação do quarto filme. Quanto a mim, irei ver mais uma vez certamente porque com o primeiro impacto acaba por escapar muita coisa nestes filmes e sinto que, muito provavelmente, poderei gostar mais na segunda visualização.