Chegou a altura de nos despedirmos de Sex Education e não sei se estamos prontos para isso. A quarta temporada estreia hoje na Netflix e, como tem vindo a acontecer, termina em nota alta.
Ao longo das temporadas fomos acompanhando a evolução dos alunos da Secundária de Moordale, mas no final da terceira temporada vimos que houve uma mudança drástica e agora alguns alunos começam um novo ano escolar no Cavendish College, num ambiente totalmente novo, com novos desafios.
É giro olhar para trás e perceber a evolução que houve ao longo das temporadas: quando começámos por nos apaixonar por uma série em que víamos um grupo de adolescentes a explorar a sua sexualidade até uma quarta temporada em que o sexo continua presente, mas as temáticas vão muito para além disso, havendo um claro amadurecimento das personagens e da própria história que quer contar.
É sem dúvida a temporada mais emocional de todas, a meu ver, nem que seja por, lá está, ser a última. Sex Education continua a trazer narrativas interessantes às suas personagens principais, demonstrando esta evolução, sem nunca esquecer as personagens mais secundárias.
Como disse, houve alguns arcos interessantes. Foi interessante ver o Otis a continuar a sua demanda da clínica de terapia sexual mas agora ter uma adversária à altura, como também ter Eric a lidar com a incompatibilidade da sua religião e da sua orientação sexual, o Adam a descobrir um novo rumo para a sua vida sem voltar para a escola, a Ruby que tem agora de se ambientar a uma escola onde não é popular, Maeve a brilhar fora de Moordale, como já merecia, ou até mesmo Aimee a lidar com o seu trauma de forma saudável.
Por outro lado, temos a narrativa de algumas temáticas importantes: o casal transgénero Roman e Abbi e como é a relação deles, o facto de Aisha ter um problema de audição e como é que ela lida com essa questão no dia a dia e com os seus amigos, o facto de Isaac estar numa escola sem poder movimentar-se para além do elevador que está sempre avariado, a maneira como Jean tem de lidar com esta nova fase de ser mãe novamente depois do que aconteceu no fim da última temporada, ou até mesmo Cal que está a passar pela transformação do seu corpo e como é que isso o vai impactar.
O que eu mais gosto de Sex Education é que consegue trazer isto tudo sem nunca perder a sua essência mais juvenil, digamos, e a simplicidade. É uma série viciante, que dá para devorar em 8 horas do dia, e que nos deixa altamente curiosos mas também felizes.
Custou-me um pouco dizer adeus a estas personagens. Mas gostei que não o fechar das histórias tenha sido subtil, tem decisões muito bruscas… quase sem parecer que a série terminava ali. Resta-nos agora à nossa imaginação pensar o que será o futuro deles, mas acreditamos que, pelo menos dos atores, será ótimo!