A série animada Castlevania da Netflix é sem dúvida um bom exemplo de que as adaptações baseadas em videojogos conseguem resultar. Com uma animação estupenda, personagens carismáticas e profundas, bem como um universo bastante promissor em desenvolvimento, esta é uma série que em 3 temporadas tem mostrado um potencial crescente.
Nota: Esta é uma crítica sem spoilers
Inspirada no jogo Castlevania III: Dracula’s Curse, a série conta a história de Drácula (uma figura que dispensa apresentações, independentemente de se ter jogado o jogo ou não) em 1455. Após perder a sua esposa humana Lisa Tepes às mãos de de Católicos intolerantes à ideia de ciência, o vampiro jura vingança contra a raça humana. Esta série começa por se centrar nas histórias de três personagens: Trevor Belmont, o último membro de uma família famosa por exterminar monstros; Sypha Belnades, uma oradora capaz de fazer magia; e Alucard, um meio vampiro filho de Drácula e Lisa Tepes.
A primeira temporada começa como uma preparação de toda a história, a segunda como a conclusão de um arco e a terceira com uma promessa de expansão do universo onde a ação se passa. Os primeiros quatro episódios jogaram pelo seguro ao introduzir a adaptação, no entanto, a série correu mais riscos ao avançar para a ação principal ao mesmo tempo que introduzia novos personagens.
A última temporada em particular merece um aplauso por explorar mais áreas cinzentas de cada personagem e mostrar que não há pessoas nem totalmente boas nem totalmente más. Poderá ser um filler para alguns, no entanto a próxima temporada poderá ter as consequências dos acontecimentos desta. Teve definitivamente os seus momentos chocantes especialmente nos dois últimos episódios, terminando com a promessa de uma reviravolta interessante na história de certas personagens.
Enquanto que no jogo original o foco era óbvio (o bem contra o mal), o que torna esta adaptação de Castlevania especial enquanto adaptação é a expansão desse conceito, mostrando as áreas cinzentas de cada lado. Algo que definitivamente manteve a minha atenção foi o facto de que a série tem vários debates filosóficos misturados com situações cruciais focados em temas sobre o bom e o mau da natureza humana.
Independentemente de seres ou não fã dos jogos, a exploração de temas filosóficos e as consequências boas e más que o amor pode ter em cada indivíduo. Esta definitivamente é uma jóia da Netflix a não perder e que promete ainda ter muito retorno na eventualidade de se confirmar uma 4a temporada.