A Galeria dos Corações Partidos (The Broken Hearts Gallery) traz-nos uma história cheesy mas que acaba por entreter muito o público que for ver, especialmente se forem românticos incuráveis.
Lucy é uma rapariga na casa dos 20 anos, que mora com as suas melhores amigas Amanda e Natalie e que namora com Max, o seu colega de trabalho na galeria de arte de Eva Woolf, o seu emprego de sonho. Mas tudo descamba quando ela descobre que o seu namorado está na realidade no limbo com a sua ex que acaba de regressar de França, proporcionando num evento do seu trabalho, um belo espetáculo de “fui traída e soube da pior maneira”.
O que sabemos de Lucy logo ao início do filme é que ela colecciona objectos de ex-namorados para não se esquecer das relações que teve e para não se sentir esquecida. Mas quando digo colecciona, quero realmente dizer que todos os souvenirs (ou quase todos) são memórias das suas relações passadas e falhadas.
Destroçada, chama um Lyft e acaba por entrar no carro errado, conhecendo Nick, um jovem que está a construir um hotel de raíz. É nesse mesmo hotel que Lucy, depois de pendurar a memória que tinha de Max, descobre que mais uma pessoa deixou lá uma memória de uma relação passada, dando-lhe rapidamente a ideia de abrir uma galeria (a razão para qual foi viver para NY) de corações partidos, onde as pessoas podem partilhar e livrar-se desses objetos que as mantém agarradas a um passado de sofrimento e que não volta.
O filme acaba por pecar um bocado no argumento porque a história desenvolve-se muito rapidamente e em alguns aspetos de realização, ambos por Natalie Krinsky. Porém, é inegável dizer que são duas horas muito bem passadas, com muitas gargalhadas num filme que tem um tom claramente de feel good.
A razão para este filme ser tão entertaining é Geraldine Viswanathan que entrega uma representação divertida fazendo o fit perfeito para o tipo de papel que o filme exige dela. Conseguem reconhecê-la do filme de comédia The Blockers e da série Miracle Workers ou ainda do telefilme Bad Education, por isso já não é um nome que passe despercebido embora não associemos logo à atriz.
Já Dacre Montgomery consegue entregar uma performance mais descontraída mas emocional na mesma, um lado que não vimos tanto em Stranger Things visto que o Billy era uma personagem mais badass. Os dois juntos fazem um bom combo no que toca a divertir a audiência e sem dúvida que transmitem uma amizade inesperada mas muito bonita.
Pronto, o filme não passa muito bem o desgosto que é quando se termina com alguém (embora a parte de não sair da cama possa realmente revelar-se verdade) mas transmite bem o sentimento que precisamos de ter para seguir em frente dessas relações terminadas de forma a nos encontrarmos.
Resumindo, não é um filme brilhante mas faz com que consigamos espairecer do que se está a passar agora, faz com que nos sintamos entusiasmados com os néons lindos daquele hotel (preciso de um, urgentemente, para o meu quarto) e faz com que nos sintamos bem quando saímos do cinema, especialmente sendo que o assunto são corações partidos, e como tal, acho que cumpriu o propósito.