Quando Barry Allen (Ezra Miller), o Flash, viaja no tempo para salvar a sua mãe da sua morte, consequências não intencionais causam um rompimento na linha do tempo que condena o multiverso. Com ajuda de Batman (Michael Keaton), da Supergirl (Sasha Calle) e de uma versão de si mesmo do passado, Barry tentará evitar mais quebras no multiverso e voltar ao seu tempo.
Realizado por “Andy Muschietti” (IT, IT 2), o filme é baseado na famosa saga do “Flashpoint”, onde o Barry volta no tempo para salvar a sua mãe e acaba por parar num mundo em guerra entre as Amazonas e os Atlântidas, o Batman não é Bruce Wayne, o Superman não existe e vários dos vilões e heróis desse mundo já não são mais os mesmo.
Por mais que esta premissa seja interessante, esta sinopse apenas existe na animação e na banda desenhada. E por mais que tentem dizer que o filme adapta a saga, jamais poderão confirmar que é mesmo uma adaptação até porque 95% da história é completamente diferente. A única coisa verdadeira, é que Barry volta no tempo para salvar a sua mãe e o mundo fica diferente.
De resto, nada é o que é. Não existe Aquaman, não existe Wonder Woman, o Batman continua a ser o Bruce Wayne mas mais velho e o Superman é na verdade a Supergirl. Este último ponto até é uma mudança boa de se aceitar, visto que eles contam a mesma história mas com personagens diferentes. Mas o resto, é mesmo tudo diferente.
Falando mais especificamente do Bruce Wayne, o nosso Keaton, ele é apresentado como um Batman aposentado. Não é explicado o porquê, e o filme falha no desenvolvimento de uma personagem tão icônica como o próprio Batman. Aliás, este é um problema geral no filme. Diversos personagens são introduzidos no filme sem um desenvolvimento coerente e aceitável. Mas voltando ao Batman, ele é apresentado como um herói solitário que nunca teve ajuda de outros heróis. No entanto, ele apresenta um discurso de uma pessoa com diversos conhecimentos sobre o multiverso e sobre o próprio Flash… Falha de coerência no próprio guião. Mas, não só apontando defeitos, este Batman apresenta-nos cenas agradáveis de luta, como movimentos típicos de personagens e uma banda sonora (não é uma novidade) épica.
Falando de outra das “novas” personagens que foi apresentada neste filme, encontramos a prima do Kal-El, a Kara Zor-El a.k.a Supergirl. Ela tem o mesmo destino que o Superman em Flashpoint. Acidentalmente calha no sítio errado, e é aprisionada durante anos que quando é encontrada apresenta-se extremamente fraca. Mas assim que recebe os raios solares, a sua força começa a vir ao de cima e fica uma personagem muito forte. Aliás, muito mais forte que o próprio Superman em Man of Steel, protagonizando cenas de real porradaria contra o Zod onde na maior parte das vezes leva vantagem.
Ezra Miller, também interpreta uma “nova” personagem neste filme, sendo o seu eu do passado. Este Barry Allen, sendo uma versão mais nova, apresenta características completamente diferentes do que o seu eu do futuro. Bom, o ator explicita essas características muito perfeitamente. Aliás, o Ezra é bastante bom neste filme tendo conseguido separar as duas personagens, e até, criar uma ligação entre as duas personagens sendo a mesma pessoa a atuar consigo próprio. Ambos os Barrys apresentam diferentes visões de sentimentos, que o Ezra consegue muito bem jogar com elas.
O filme no seu todo é bastante agradável de se ver. Apesar do mau desenvolvimento de alguns personagens, ele mostra um novo lado do Flash como herói, apresenta os famosos poderes do herói (que até agora só tinham sido vistos, em live-action, na série de 2014) e afirma o velocista escarlate como uma grande fonte de poder do DCU.