Jake Gyllenhaal protagoniza o novo thriller da Netflix, The Guilty, um remake do filme dinamarquês de 2018 com o mesmo nome. Antoine Fuqua assume a realização desta longa-metragem de 1h30 baseada apenas em chamadas telefónicas.
Quando vi o trailer deste filme, pensei imediatamente que o queria ver porque o mesmo estava muito bem estruturado, com os momentos bem escolhidos, sabendo que poderia ser bem intenso e “claustrofóbico”.
O filme em si não me entusiasmou tanto quanto o trailer mas não considero um mau filme, embora não o possa comparar com o original.
No papel de Joe Baylor, Jake Gyllenhaal é o protagonista que tem a missão árdua de nos guiar neste thriller sem que nos sintamos aborrecidos, até porque toda a ação do filme acontece no centro de chamadas de emergência ao qual foi alocado temporariamente, com o trabalho de atender chamadas (que chegam em barda devido ao incêndio que está a deflagrar), até que lhe surge uma que o deixa em estado de alerta: a de uma mulher que foi sequestrada.
A partir desse momento seguimos dezenas de chamadas numa tentativa dele de saber a história de Emily, as circunstâncias do sequestro e até mesmo tentar saber mais sobre o seu sequestrador. Lidamos com diferentes emoções através de Joe Baylor: dúvida, nervos, alguma frustração por estar do outro lado da linha sem poder fazer muito, emoção até pela sua própria história de vida e Jake tem de ir passando pelos diferentes estados de espírito de uma forma fantástica.
Também através das vozes de Riley Keough, Peter Saarsgard, Christina Vidal, Ethan Hawke, Eli Goree, Christiana Montoya, entre outras, vamos vivenciando este thriller, contando então com Gylenhaal, como já referido, para fazer a ligação delas todas. Estes trabalhos de vozes fazem-nos imaginar o que está a acontecer sem vermos à nossa frente, o que as torna bastante importantes para o desenvolvimento da narrativa e para perceber o que as personagens estão a sentir, sendo que a que mais me surpreendeu foi a de Montoya, que interpreta Abby.
Acabamos por conhecer a personagem de Joe ao de leve, tendo alguns detalhes revelados ao longo desta madrugada, e claro que ao longo do filme também vamos percebendo que nem tudo o que parece, realmente é dessa forma, sendo que temos algumas reviravoltas e um final em que a verdade é a única forma de escapar da culpa que Joe sente.
Fiquei bastante curiosa para ver o remake mas este filme em específico deixou-me alguns momentos com o coração nas mãos por estar nervosa com algumas chamadas mas olhando para o bolo total, não me surpreendeu como esperava que o fizesse. Contudo, vale pela óptima performance (e planos) de Gyllenhaal e pelo trabalho de fotografia de Maz Makhani.