“Tomorrow is gonna be just like today, and I know that because today is just like yesterday.” – Amy
Ainda na onda das recomendações e posso dizer que esta série teve um bocado de culpa por não dar notícias há algum tempo, é altura de vos falar na comédia Superstore que conta o dia a dia da loja Cloud 9 mas da perspectiva dos empregados.
Para já, Superstore mostra um lado do retalho que só sabe o que é quem já trabalhou nisso. É interessante como eles lidam com as tarefas da loja, como são no backstage e como é que os diversos trabalhadores com etnias e orientações sexuais diferentes, assim como cada um com a sua personalidade, lidam uns com os outros e lidam com as situações de crise (que são mais do que é suposto). Também há quem diga que esta série é a sucessora de The Office por diversas razões, seja pelo tipo de elenco, piadas, comentários e até mesmo o tipo de humor, que não é para todos, é parecido. Ah e sem esquecer que ambas têm Justin Spitzer como produtor.
Apresentando um pouco as personagens:
- Amy Dubanowski (America Ferrera): Em 2006, eu era uma das pessoas que acompanhava a America Ferrera no papel de Betty Suarez em Ugly Betty. Em Superstore representa Amy, uma das colaboradoras mais antigas da Cloud 9 (há 10 anos), que se casou quando era muito nova após ter engravidado. Ela tem uma característica interessante: nunca dá o seu nome verdadeiro no crachá de empregada porque não gosta que estranhos usem o nome dela como se fossem amigos dela (este é um pormenor que nunca falha ao longo das duas temporadas).
- Glenn Sturgis (Mark McKinney): Esta personagem é daquelas que pensar ao início “Que pessoa mais estranha” e depois ele tem uma dose excessiva de positivismo para além de ser super religioso. Mas quando o conhecemos bem, é das pessoas mais inocentes (completamente…) e com o maior coração porque só quer o melhor para os empregados. O choque que ele tem com a sub gerente, Dina, é também algo super engraçado devido aos diferentes feitios.
- Dina Fox (Lauren Ash): Dina é a sub gerente mas às vezes parece que ela se acha mais a segurança do que outra coisa. Está sempre à caça de ladrões ou desconfiada dos empregados. Não se dá muito bem com as pessoas, só com os seus inúmeros pássaros de estimação. Contudo, é uma personagem muito forte devido à personalidade que ela tem. E não a subestimem: ela arrasa a fazer contacto visual.
- Jonah (Ben Feldman): É o empregado contratado no primeiro episódio, que não começa com o pé direito com Amy. É conhecido por falar demais e de coisas que ninguém entende. Também geralmente é o que no meio da crise diz que vai ficar tudo bem e que acredita que trabalhar também pode envolver diversão, então maior parte das “asneiras” que são feitas dentro daquela loja têm a mão de Jonah. Escusado será também dizer que a relação entre ele e Amy fica melhor…
- Mateo (Nico Santos): Contratado ao mesmo tempo que Jonah, Mateo para além de ser gay assumido, é super competitivo. É filipino mas descobre que está ilegal no país. Um dos principais romances da série é dele com um superior seu. As suas expressões e a maneira como lida com as adversidades, fazem dele uma personagem essencial.
- Garrett (Colton Dunn): Para Garrett, trabalhar na Cloud 9 não é um sonho. Ele dá os anúncios da loja principalmente, tirando as partes em que não está a pregar partidas aos outros empregados. É o único empregado paraplégico mas isso não o impede de alinhar nas “asneiras” com Jonah. E tenho de confessar que se alguém desse no meio da loja os anúncios que ele dá, desmanchava-me a rir ali mesmo.
- Cheyenne (Nichole Bloom): É a empregada mais nova da loja, apenas com 17 anos e que está grávida e noiva de um “aspirante” a rapper que consegue ser mais estranho que Glenn. Está sempre pronta para a fofoca sobre os empregados, especialmente com Mateo, e apesar de não ser muito dada à inteligência, é boa rapariga. Curiosamente, já a conhecia e não reparei. Fãs de Shameless, lembram-se da Amanda, a namorada maluca do Liam? That’s right, é ela. Tenho de dizer que, comparando as duas personagens, a Nichole está espectacular em Superstore.
Estes não são os únicos personagens que compõem o elenco: também Sandra, que é havaiana e que tem memória eidética, Carol, Brett, Myrtle (a empregada mais velha da loja mas com um espírito livre), o farmacêutico que acha que é um arrasa corações, entre outros que fazem o dia a dia na Cloud 9 mais divertido e inesperado.
Uma das características da série é marcar de certa forma alguns eventos com episódios temáticos. Em duas temporadas tiveram o Halloween, em que todos andaram mascarados pela loja; Election Day, na altura das votações para o Presidente dos EUA; tiveram também um dia inspirado nos Jogos Olímpicos que passou durante os mesmos no Rio de Janeiro; e tiveram um episódio que marca um dos dias mais importantes para o retalho que é, nada mais, nada menos, que a Black Friday (que foi o meu episódio favorito até agora).
É como vos digo, tenham eles o dia mais azarado de sempre ou o mais estranho, ninguém é esquecido na loja e todos fazem com que soltemos uma gargalhada, seja das figuras que eles fazem ou até mesmo das reacções que têm. Quando chega ao fim do dia na loja, todos vão para casa com a certeza de que no dia seguinte não vem um dia normal, mas que eles vão lidar com o inesperado que, isso sim, é normal no mundo do retalho.
Podia-vos dar ainda mais razões para verem Superstore mas acho que maior parte delas iam virar spoilers por isso, se eram fãs de The Office, ou se gostam apenas de uma comédia, vejam esta série e vão ver que não se arrependem!