As opiniões dividem-se quanto ao novo filme da saga Star Wars: The Last Jedi. Os críticos consideraram o filme digno de uma pontuação alta enquanto os fãs ficaram “desiludidos” com o resultado final.
Se há coisa que posso dizer sobre o episódio VIII desta saga é que ainda estou um pouco com mixed feelings. As expectativas eram altas e de certa maneira, o filme não correspondeu ao que eu esperava dele. Apesar das duas horas e meia que fazem com que o filme seja o mais longo até à data, estamos tão atentos ao que se passa que nem parece que elas passam, embora seja da opinião que podiam ter sido muito melhor aproveitadas para não deixar pontas soltas.
O filme começa onde ficámos há dois anos em The Force Awakens. Rey (Daisy Ridley) foi procurar Luke Skywalker (Mark Hammill) no planeta Ahch-To, onde este se encontra num retiro espiritual rodeado de Porgs. Desde o fracasso em treinar uma nova ordem de Jedis que fez daquele planeta a sua casa (até a porta da sua cabana faz parte da X-Wing que o levou para ali).
A jovem Rey acredita que o mestre Jedi a pode ajudar a perceber a Força que despertou nela, assim como convencê-lo a ajudar a Resistência, liderada pela sua irmã gémea, a General Leia Organa (Carrie Fisher) mas ele não tem a reacção que ela esperava, recusando e não querendo fazer parte disso novamente.
Enquanto isto, vemos a Resistência cercada e cada vez mais frágil mas que persiste em lutar contra a Primeira Ordem, comandada pelo General Hux (Domhnall Gleeson), que segue ordens do Lider Supremo Snoke (Andy Serkis). Mas o que assistimos durante o filme é a Resistência quase a ser derrubada mas a arranjar sempre maneira de se safar e ripostar, mesmo com poucos elementos. Valentes, han?
Voltamos a encontrar também Poe Dameron (Oscar Isaac) e Finn (John Boyega), elementos principais de The Force Awakens, e conhecemos uma nova personagem, Rose, que cria uma ligação com o ex-stormtrooper FN 2187.
Finn desilude um pouco neste filme, ao contrário do que tinha acontecido no episódio VII. Parece que anda perdido o tempo todo, sem saber bem qual é o seu papel e arranjou uma nova amiga especial enquanto Rey não volta – uma relação que se cria bastante rápido, verdade seja dita. Por outro lado, Poe mostra-se muito mais assertivo e rebelde, tomando decisões impulsivas que acredita serem para o bem da Resistência. Vemos também a Captain Phasma (Gwendoline Christie) e Maz Kanata (Lupita Nyong’o).
Uma das boas surpresas do filme foi a aparição de Laura Dern como Vice Admiral Holdo, que no universo SW é uma personagem importante para Leia, visto que são boas amigas, mas o filme falhou em explicar quem era esta personagem e o porquê de ela só aparecer agora.
E claro, não nos podemos esquecer dos dróides queridos do público: R2 D2 e C3PO que já são um apanágio nestes filmes, o fofo BB8, fiel companheiro de Poe, e a aparição de um novo dróide pertencente à Primeira Ordem: BB-9E.
Há ainda uma coisa que é explorada mais firmemente que é o facto de Rey e Kylo Ren estarem ligados pela Força e mesmo distantes, conseguem ver-se um ao outro e falarem. Rey percebe que Kylo está num conflito interior, especialmente depois ter morto o seu pai, Han Solo, e quer ajudá-lo a todo o custo a largar o lado negro e fazer com que ele se junte a ele. Kylo está muito mais revoltado mas também frágil e até Snoke se apercebe desta fraqueza do que acreditava ser o sucessor de Darth Vader.
E como é hábito no universo Star Wars, há um dark side mas também um light side no que toca ao filme. Temos os momentos sempre épicos com lightsabers, lutas entre as naves, stormtroopers a disparar e a não acertar, aventuras noutros planetas, uma banda sonora maravilhosa a acompanhar estas cenas todas novamente pelas mãos de John Williams e um óptimo trabalho de realização de Rian Johnson que tentou manter-se fiel à história, mas deixando um pouco da sua marca também.
Mas como Kylo Ren disse tantas vezes a Rey – “Let the past die. Kill it, if you have to. That’s the only way to become what you are meant to be.” – e é mesmo sobre isto que se trata o filme: separarmo-nos dos primeiros seis episódios para darmos lugar a uma nova era neste universo.
Temos um momento super especial que marca isto e que sim, fez-me verter uma lágrima que foi o reencontro tão esperado dos gémeos Skywalker, em que até temos Leia a dizer ao Luke que já sabia que ele ia dizer que ela mudou de penteado (curiosidade: foi mesmo Carrie Fisher que escreveu esta fala). E Luke, de modo a reconfortar Leia com a morte de Han Solo, diz-lhe que ninguém desaparece por completo, frase que faz sentido no filme, mas que acaba por confortar os fãs da princesa, agora que ela já não está entre nós.
E apesar de adorarmos estas três personagens, Han, Luke e Leia, está na altura de os pôr para trás e seguir um novo rumo, com novas pessoas a liderar a Resistência, com novos Jedi e com uma história nova para percorrer, de modo a separarmo-nos um pouco da família Skywalker e de tudo o que veio com eles ao longo destes anos.
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