Spider-man: Far From Home é o filme que encerra oficialmente a Fase 3 da Marvel e acontece meses após os eventos de Avengers: Endgame. O filme chega amanhã às salas de cinemas portuguesas mas posso já dizer que as expetativas foram superadas!
Depois de um filme como Endgame, tivemos de recuperar as forças para podermos lidar com os eventos deste Far From Home sem vertermos uma lágrima quando se falam em certas pessoas (vocês sabem quem).
Peter Parker (Tom Holland) regressa à normalidade para voltar a ser o amigo e vizinho Homem-Aranha mas agora todos contam com ele para ser o super-herói, visto que ele chegou mesmo a ser considerado um Vingador. Mas até mesmo os super-heróis precisam de férias, especialmente quando se é adolescente.
Eis que surge a oportunidade depois do “blip” – como chamam ao pós-snap de Thanos – da turma de Peter ir fazer uma visita de estudo pela Europa e de, finalmente, ele poder admitir nessa viagem a MJ o que sente por ela. Ou pelo menos era esse o plano.
O que vamos aprendendo ao longo de mais de vinte filmes da Marvel é que é raro um super-herói poder tirar umas “férias” descansadas, especialmente quando é Nick Fury que os chama para a ação. E é graças a ele que conhecemos então a nova personagem, um herói vindo de outra Terra – Mysterio (Jake Gylenhall).
Quando surgem os Elementares (as ameaças deste filme) e Mysterio conta a história da sua Terra, é também quando Peter tem de enfrentar vários dilemas: ser o herói que Tony Stark acreditava que ele era, lutar contra os elementos e arriscar que os amigos descubram a sua identidade ou deixar isto tudo de lado para poder seguir com o seu plano avante no que toca à sua vida pessoal.
É pena não me poder alongar muito mais porque iriam sair spoilers de certeza – é complicado não o fazer e vão perceber porquê quando virem – mas o que posso dizer é que realmente as minhas expetativas foram superadas. Depois de Endgame, Far From Home é uma lufada de ar fresco e prova que a Marvel sabe perfeitamente como continuar as histórias para uma Fase 4 da melhor maneira.
Para além disso o filme consegue ser cómico naturalmente (embora também tenda a exagerar) e consegue equilibrar a parte mais calma, que envolve tudo o que o Peter sente em relação à sua vida e as decisões que ele tem de tomar e a parte mais de ação, com efeitos visuais fantásticos, como já somos habituados constantemente. E a história, a meu ver, traz-nos grandes lições.
Tom Holland tem sido um espanto como Homem Aranha, não desiludiu até agora e neste filme prova mesmo como foi bem escolhido para o papel. Ele passa a dualidade da sua personagem: um rapaz que quer ter uma vida normal mas que ser super-herói lhe corre no sangue e mostra que ser algo em que as pessoas acreditam, lá está, um super herói, não é para todos.
Ao seu lado, conta com Jake Gylenhall que é praticamente um desperdício só o terem chamado para este filme, porque ele sabe mesmo lidar com os segredos e mudanças que a sua personagem vai tendo – vamos pôr isto assim para não dizer muito. Esta personagem nova ajudou aqui a construir bem o argumento de certa forma porque era previsível mas ao mesmo tempo imprevisível.
É fantástico voltar ter o carisma de Nick Fury (Samuel L. Jackson) com grande destaque, a amabilidade da Tia May (Marisa Tomei) e até mesmo a disponibilidade de Happy (Jon Favreau).
Na parte dos mais novos, temos Zendaya a interpretar esta MJ que é estranha mas adorável ao mesmo tempo e que tem agora bastante tempo de antena, visto também os desenvolvimentos com a personagem de Holland. E claro, o Ned (Jacob Batalon) que é o amigo mais fiel de Homem Aranha, embora tenha andado um pouco desaparecido aqui.
A banda sonora foi um must ao longo do filme e acho que ajudou a envolver-nos ainda mais no filme. E embora já tenha referido os efeitos visuais, não é demais reforçar que estão bons e gostei da perspetiva diferente que deram neste filme (não posso mesmo dizer mais!).
Falta mencionar ainda Jon Watts na realização que claro, ajudou a tornar este filme uma boa adição neste universo cinematográfico.
Este Far From Home podia ser abafado pelo estrondoso Endgame mas conseguiu-se aguentar bem. Claro que tem sempre algo mais virado para os mais novos mas sem nunca pôr de parte a essência da Marvel e das histórias já conhecidas.
Em suma, acho mesmo que deu um final digno à Fase 3 e introduziu vagamente a Fase 4 – mas o que virá, ainda não é certo, nem mesmo com este filme. O que leva a outro ponto: fiquem para as DUAS cenas pós-créditos. Vocês não vão mesmo estar à espera do que vai acontecer e vão querer ver mais/falar disso logo a seguir! (aguçei a curiosidade ou não?)