Justin Benson e Aaron Moorhead estão em grande graças às séries da Marvel, mas isso não os impediu de voltarem às suas origens com este Something in the Dirt.
Com um orçamento a rondar os 25 mil euros, segundo os realizadores, o filme conta-nos a história de dois vizinhos que dão de caras com um invento sobrenatural num suposto… cinzeiro…
Mas desenganem-se, o filme baseia-se sobretudo na relação entre John e Levi e muito pouco no fenómeno em si.
Explorar a relação entre personagens tão distintas é a base do filme, John aparenta ser uma pessoa normal já Levi aparenta ser uma pessoa altamente instável.
Ao assistirem ao fenómeno, decidem documentá-lo e é aqui que a maneira de ser de cada entra em choque.
Desde do tipo de documentário ao título de documentário, tudo dá azo a uma discussão, mas acabam sempre por arranjar uma maneira de trabalhar em conjunto.
Com diálogos bem conseguidos, e atrevo-me a dizer que alguns deles de improviso, a história vai cativando mas também levam-nos cada vez mais à loucura do que propriamente à sanidade.
Entendo até que todo este processo (des)construtivo de montar o dito documentário sobre o fenómeno paranormal seja uma autocrítica ao método de trabalho de Benson e Moorehead.
O problema principal do filme é que o foco vira tanto para as personagens que o próprio fenomeno perde todo o impacto e no final pode tornar-se enfadonho para o espectador ver duas pessoas discutir todos os pormenores, até os mais picuinhas.
Mas no final, Something in the dirt consegue compensar-nos devido à personalidade forte e distinta de cada personagem, onde estes começam a mostrar a sua verdadeira natureza e motivação e sobretudo de forma natural e orgânica.
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