Ryan Coogler e Michael B. Jordan juntam-se novamente no grande ecrã, desta vez para Sinners (Pecadores em português) que já está a ser um dos filmes mais aclamados do ano até agora. Será que é isso tudo?
Para já, tenho a dizer que sou imensamente fã destes dois juntos, especialmente depois de Black Panther e de Creed. E embora estes sejam dois filmes com muita ação e carga emocional, a Sinners juntamos agora outros géneros como sobrenatural, suspense e até mesmo um pouco de western. Mas agora deves estar a perguntar-se se isto não ficou uma grande salganhada e eu respondo-te que não.

Em primeiro lugar, este é um filme que vale a pena ver em IMAX (que foi onde vi por acaso), até porque foi filmado com câmaras analógicas IMAX e por isso, é mesmo para ser visto num grande ecrã especialmente por causa da imagem e da fotografia que está lindíssima, mas claro que não perdes pitada da experiência se fores ver numa sala ATMOS. Mas pelo menos que tenha um bom som.
O que me leva ao segundo ponto, que é a banda sonora estrondosa de Ludwig Göransson, que também já nos tinha entregado trabalhos incríveis em Black Panther e Oppenheimer (e não só), com os quais ganhou os seus 2 Óscares. Toda a orquestração tensa deixa-nos no mood certo e há uma música que marca o meio do filme que é só maravilhosa porque mistura vários estilos musicais de várias gerações numa sinfonia que nos leva a bater o pé na sala de cinema.
Sinners também vale a pena ver pelo elenco que tem. Para já, Michael B. Jordan interpreta gémeos aqui e fá-lo com uma destreza, com um bom trabalho de edição e realização também, que ficamos mesmo a duvidar se ele não é mesmo gémeo na vida real. Com personalidades super diferentes, em momento algum vemos uma discrepância por ser a mesma pessoa a aparecer várias vezes a dobrar no grande ecrã, porque não usam muito aquela tática do não ver muito os gémeos juntos em cena, o que é fixe. E mesmo quando envolvem coisas mais físicas por parte das duas personagens dele, parece mesmo que são duas pessoas iguaizinhas, o que foi espetacular para mim.

O elenco também é composto por Hailee Steinfeld (Bumblebee), Miles Caton no seu primeiro trabalho como ator, Jack O’Connell (Unbroken), Delroy Lindo, Omar Benson Miller, Wunmi Mosaku, entre outros excelentes atores e atrizes que são pouco valorizados muitas vezes.
Só houve uma coisa que não adorei durante o filme inteiro que foi a diferença de ratios que existia ao longo do mesmo mas porque talvez não esteja tão habituada aos diferentes tamanhos de ecrãs em filme, mas a verdade é que Sinners já fez história ao ser o primeiro filme a ser filmado em 2.76:1 (como o Ben-Hur, por exemplo) e ao mesmo tempo em 1.43.1 para IMAX.
Só me resta falar do argumento que, embora não seja bem o meu estilo de filme favorito, daqueles que me leva ao cinema com entusiasmo, é um argumento sólido, em que não existem pontas soltas porque fecham tudo muito bem no final do filme, onde temos um full circle satisfatório e que cumpre com aquilo que nos quer entregar. Também não acho que tenha sido um argumento excelente mas tem o seu mérito quando colocamos todas as categorias técnicas e representação em cima da mesa que fazem deste o filme que tem gerado tanto entusiasmo pela Internet fora.
Vale a pena, até mesmo para quem não é fã deste tipo de filmes. Aproveitem o fim de semana prolongado e todos os feriados que vamos ter para irem ver Sinners ao cinema!