Uma nova série chega este mês à plataforma Max. Chama-se LUME e promete incendiar consciências, ao mesmo tempo que desafia verdades estabelecidas. É um eco-thriller jornalístico que mergulha, de forma intensa e sensível, nas chamas que todos os anos assolam o norte de Portugal e a Galiza. No entanto, vai mais longe. Além de retratar a destruição, investiga também as origens ocultas dos incêndios e as redes de interesses que deles se alimentam.
Coproduzida pela portuguesa Coral Europa e pela galega Setemedia, LUME é falada em português e galego. Estreia a 19 de junho na Max e chega à RTP 1 no dia seguinte, 20 de junho. Com argumento de Irene Pin e Sara Rodi, a série oferece um olhar cru, mas necessário, sobre o mundo rural. Mostra, com honestidade, os dramas — tanto pessoais como coletivos — que emergem quando o fogo consome muito mais do que apenas floresta.
A protagonista é Lucía, interpretada por Cristina Castaño. Trata-se de uma jornalista que vive em Lisboa, mas que regressa à sua aldeia natal, Seara, após um incêndio devastador. A ação decorre na chamada Raia Seca, uma zona fronteiriça marcada pela perda e pelo abandono. É aí que Lucía mergulha numa investigação que liga os fogos a uma poderosa rede especulativa. Ao longo da trama, mistério, política e ecologia cruzam-se, levantando questões fundamentais: quem lucra com a destruição?
Além disso, a realização — a cargo de Giselle Llanio (A Estiba, Saudade de Ti) e Sérgio Graciano (Codex 632, Salgueiro Maia – O Implicado) — garante uma narrativa envolvente e visualmente impactante. A série destaca-se não só pela qualidade técnica, mas também pelo elenco de excelência. Ao lado de Castaño e Albano Jerónimo (Rabo de Peixe, Vikings), brilham nomes como Lúcia Moniz, João Pedro Vaz, Ricardo Pereira, Diogo Amaral, Isabel Naveira e Alfonso Agra, além dos jovens talentos Grial Montes e David Rodríguez.
Por outro lado, a escolha das localizações acrescenta realismo à história. As filmagens decorreram em Lisboa, Montalegre e em várias localidades da Galiza — Cuntis, A Estrada, Dodro e Rois. Essa diversidade geográfica confere autenticidade rara nas produções ibéricas. A direção de fotografia, a cargo de João Ribeiro, e a banda sonora original, composta por Carme Rodríguez, intensificam a carga emocional e a tensão da série.
No total, mais de 50 profissionais integraram a equipa. Para além disso, LUME conta com o apoio da ZDF Studios, responsável pela distribuição internacional, bem como de instituições como a AGADIC, Euroimages e a Deputación de Ourense.
Em suma, LUME é mais do que um thriller. É uma reflexão profunda sobre identidade, raízes, feridas familiares e o abandono do interior. Ao iluminar o que o fogo destrói — e o que revela —, transforma a fronteira entre Portugal e Espanha num espelho inquietante da realidade. Expõe com clareza a realidade das zonas fronteiriças entre Portugal e Espanha, onde os incêndios são apenas o princípio de algo muito mais profundo —, a série transforma esta fronteira num palco de emoções, segredos e resistência.
