Fazer um bom filme é muito difícil. Fazer uma boa trilogia é tarefa quase impossível. Até mesmo filmes consagrados como os melhores de sempre não conseguem terminar em boa ponta a sua trilogia – como por exemplo os “Padrinhos” ou os “Matrix”.
Contudo, uma boa trilogia não é algo nunca antes visto. Existem várias trilogias que são bem fortes, coesas e consistentes em cada entrada, como os casos de “O Senhor dos Anéis”, a trilogia original de “Star Wars”, os três primeiros de “Toy Story” ou o romantismo da trilogia “Before”.
Mas quando se fala de trilogias, temos a tendência de nos referirmos a tempos de outrora, como os anos 80 ou, no máximo, aos inícios do século XXI. Compreensível, porque já tivemos tempo suficiente para digerir cada filme e processá-los como um todo, como uma entidade una.
O desafio que agora se coloca é o seguinte – Qual a melhor trilogia dos anos 2010´s? Com a década no nosso espelho retrovisor, qual a melhor trilogia que teve o seu início e término entre os anos de 2010 e 2019?
De facto, exemplos é aquilo que não nos falta. Desde a animação “How to Train Your Dragon”, à trilogia de Capitão América dentro da MCU, à trilogia de portuguesa de “As Mil e Uma Noites” ou à de “Star Wars” sobre a alçada da Disney. Isto são apenas alguns exemplos que se devem ter em conta.
É inegável o impacto de muitas destas trilogias para o panorama do cinema nesta década que passou. Goste-se mais de umas do que de outras, a realidade é que muito se falou sobre estes filmes, geraram muita bilheteira e trouxeram tremenda alegria para os fãs (na maioria dos casos).
Mas existe uma trilogia que se destacou das outras. Houve uma trilogia que cresceu em justaposição ao filme antecessor, que foi aprofundando as suas personagens e os temas que debatia, tornando-se cada vez mais épica a cada nova entrada.
Assim, a coroa de melhor trilogia dos 2010´s vai para…
Drums please…
O Planeta dos Macacos
Este novo olhar sobre uma das mais antigas sagas cinematográficas de sempre, com o primeiro filme a datar de 1968, teve a sua primeira entrada em 2011 com “Rise Of the Planet of the Apes”. Depois da conturbada tentativa por parte de Tim Burton em 2001, este “Rise…” focou-se numa história mais humana, mais contemporânea, com toques credíveis de ficção científica.
A segunda entrada veio em 2014, sendo esta intitulada de “Dawn of the Planet of the Apes”. Com Matt Reeves na cadeira de realizador, este filme evoluiu bastante relativamente ao seu antecessor em todos os aspectos. Seja na acção, fotografia, efeitos visuais ou elenco – tudo em “Dawn” contribui para crescer e envolver mais o espectador num mundo desconhecido.
E, para terminar, temos “War for the Planet of the Apes”, que estreou em 2017. Este vai ainda longe na exploração dos temas debatidos anteriormente, com um maior ênfase em guerra pessoal e entre-personagens do que no mero espetáculo explosivo. Com uma fotografia maravilhosa e uma tensão palpável desde o primeiro momento, o “War” é um final perfeito e emocionalmente impactante para o espectador que seguiu a saga.
Devido a esta consistência e qualidade evolutiva entre cada entrada, esta nova saga de “Planeta dos Macacos” é, muito possivelmente, a melhor trilogia desta última década e aquela que será mais tarde revista e recordada como um dos pilares do novo cinema e um modelo a atingir para as que se aproximam na década dos 2020´s que se iniciou.
